Durante a segunda parte da exposição do promotor Francisco Cembranelli, ele continou calcado na cronologia e na perícia para colocar o casal na cena do crime. Ele alegou que o depoimento dos Nardonis não faz sentido. O advogado Roberto Podval usou dois apartes formais -- interrupções dentro do código -- para criticar a perícia e perguntar sobre as provas, que, segundo ele, não existem. "Como a defesa não pode discutir a perícia, vão dizer que a perita não presta", rebateu o promotor.
Cembranelli traçou um perfil psicológico de Anna Carolina Jatobá, dizendo que ela é uma pessoa "perturbada, cansada e dependente financeiramente da família do marido". Após o encerramento da explanação do promotor, o juiz decretou, às 13h05, um recesso de 1 hora para o almoço. Na volta, será a vez da defesa falar.
Veja as frases mais marcantes do promotor:
"Eles não querem vingança, mas justiça", olhando para os jurados e apontando para a platéia
"Eu trocaria tudo isso se pudesse devolver Isabella à mãe"
"Se a investigação apontasse para uma 3ª pessoa, seria um júri muito mais simples. Possivelmente, um estagiário meu faria"
"A única pessoa que não pensou em ligar para o socorro foi o próprio pai", apontando para Alexandre Nardoni
"Eu pularia da janela se fosse preciso salvar a minha filha. Eu desceria as escadas, não ficaria esperando um elevador", batendo o pé como quem espera o elevador chegar
"No momento em que o casal estava lá dentro (apartamento) é que ela foi defenestrada. Isso é prova científica, senhores jurados. Não cabe contestação", usando a maquete para ilustrar seus argumentos
"Não pedirei a condenção por crenças. Uma crença é pular 7 ondas no mar e achar que você vai ter sorte o ano inteiro. Não há nada científico que comprove isso. Aqui nós vamos discutir fatos"
"A perícia não trabalhou para eleger culpados"
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