Muito emocionada, Ana Carolina Oliveira chorou pelo menos quatro vezes durante a primeira uma hora e meia de depoimento. De lado para os réus, a mãe de Isabella falou sobre o temperamento "explosivo" de Alexandre Nardoni, e relembrou alguns episódios para reforçar seu argumento.
A primeira vez em que a mãe se emocionou foi quando lembrou da noite em que recebeu uma ligação de Jatobá dizendo que havia acontecido um acidente com Isabella. A mãe, segundo conta, não conseguia entender aquilo, e chegou a pensar que a filha havia caído na piscina do condomínio.
Nardoni permaneceu praticamente o tempo todo sem esboçar reação, e aparentemente sem prestar atenção no que estava sendo dito. Sua apatia, porém, foi quebrada no momento em que Ana Carolina contou que em 2003 foi ameaçada por querer matricular a filha, de então 1 ano e 4 meses, na escola. De acordo com ela, o réu teria ficado transtornado e, aparentando estar armado, disse que mataria a mãe e avó materna da menina.
Nessa hora, o pai de Isabella fixou o olhar em Ana Carolina e negou com a cabeça aquilo que ouvia. Durante o período, Jatobá, que foi descrita pela mãe da menina como "muito ciumenta", também chorou, pelo menos duas vezes.
O júri e a plateia, formada por populares que conseguiram senhas para assistir à sessão, demonstravam cansaço. Em alguns momentos, podia-se ver alguns bocejando. Previsto para às 13h, o julgamento começou com quase uma hora e meia de atraso, e Ana Carolina Oliveira, primeira testemunha, só foi ouvida a partir das 19h30.
Apesar da narrativa emocionada da mãe, os jurados também se mantiveram impassíveis. Entre os três homens, há um que aparenta estar na casa dos 20 anos; outro, na dos 30 e o último, 40. Entre as quatro mulheres, todas aparentam ter mais de 30 anos.
Ana Carolina Oliveira foi interrogada pelo promotor, Francisco Cembranelli, e pela assistente de acusação. O júri também pode perguntar, com autorização do juiz. Amanhã, mais 4 testemunhas devem ser ouvidas, a partir das 9h.
