O líder do ranking do patrimônio imobiliário de São Paulo é o empresário João Carlos Di Genio. Fundador do Objetivo e da Universidade Paulista (Unip), instituições que compõem um dos maiores grupos educacionais do País, ele tem mais de R$ 1 bilhão em imóveis. Na lista também estão o espólio da mãe do deputado federal Paulo Maluf (PP), ex-prefeito e ex-governador, e o empresário Alécio Pedro Gouveia, um dos donos da rede de supermercados Andorinha.
A trajetória empresarial de Di Genio começou nos anos 1970. Na Prefeitura, ele aparece como dono de 81 imóveis. Os prédios de suas unidades de ensino estão em seu nome. Procurado, ele não se manifestou.
O segundo no ranking é o empresário Hugo Eneas Salomone, fundador da incorporadora Savoy, que tem 66 anos de história e assina projetos como o do Shopping Aricanduva, o maior da América Latina. Além de construir empreendimentos, a Savoy também adquiriu imóveis para administrar. Um exemplo é o Conjunto Nacional, da década de 1950, que teve a maior parte das unidades comprada pela incorporadora nos anos 1980. Na Secretaria de Finanças, há 1.731 imóveis registrados no nome de Salomone. Juntos, eles valem R$ 870 milhões.
Segundo a empresa, Salomone figura na lista por falhas da Prefeitura. A Savoy destaca que vendas ocorridas a partir da década de 1950 foram feitas por meio de contratos particulares, que previam transferência definitiva após quitação do pagamento. “Por conta de renegociações, custo de escritura, acomodação ou esquecimento, grande número de compromissários, embora já tenha quitado seu imóvel, não procurou a administradora do loteamento para a outorga da escritura definitiva”, informou. “Refutamos a condição declarada de concentração de imóveis apontada pela municipalidade, esclarecendo que o Dr. Hugo Enéas Salomone foi no passado um grande empreendedor na área de urbanização e loteamentos na cidade e, por isso, consta ainda como proprietário dos lotes compromissados ainda não escriturados.”
O espólio de Maria Estefano Maluf, mãe do ex-prefeito, que morreu em 1984, ocupa o terceiro posto do ranking. Seus 19 imóveis valem quase R$ 450 milhões. Entre eles há terrenos e galpões que pertenciam à Eucatex, empresa fundada por Salim Maluf, pai do ex-prefeito.
Dono de uma mansão no Jardim Europa, Maluf culpa a Justiça pelo fato de haver tantos imóveis no nome da mãe. “Não quero falar mal do Judiciário, que é muito atarefado, mas a burocracia é que faz os galpões ainda estarem no nome dela”, disse. “E os imóveis estão todos com IPTU em dia, porque amo a cidade de São Paulo.”
Bloqueio. Os bens do ex-prefeito estão bloqueados a pedido do Ministério Público Estadual para garantir ressarcimento de US$ 340 milhões que teriam sido desviados dos cofres municipais durante sua gestão, na construção do Túnel Ayrton Senna e do Complexo Água Espraiada. O deputado nega irregularidades.
O quarto lugar no ranking também é um espólio. Há 1.154 imóveis registrados no nome de Affonso de Oliveira Santos, um dos responsáveis pelo loteamento do Brooklin, na zona sul. O Estado[/BOLD] não conseguiu localizar nenhum de seus parentes.
Encerrando a lista dos top 5 está o empresário Alécio Gouveia. Unidades do supermercado <IP9,0,0>Andorinha</IP> estão em seu nome, não no da empresa. A reportagem o procurou por uma semana, mas não obteve resposta. Em 2003, Gouveia foi investigado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por suspeita de lavagem de dinheiro. Segundo dados da época, ele teria informado ao fisco que ganhou 170 vezes na loteria.
O Coaf informou que, por se tratar de caso que envolve sigilo fiscal, não pode dar informações sobre as investigações. Segundo o Tribunal de Justiça e a Justiça Federal, o empresário não responde a processo criminal. A Secretaria de Finanças tem 27 imóveis registrados no nome do empresário, que somam R$ 227 milhões em valor venal. <MC>/ R.B., B.R., G.D. e J.R.T.
Quarteirão no Brooklin paga IPTU equivalente ao de 18 distritos
<CL><HS3><IP9,0,0>O bloco que vai da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini até a Rua Flórida, no Brooklin, é considerado um só quarteirão pela Prefeitura e <CL><IP9,0,0>tem valor venal de R$ 5,4 bilhões</IP></CL>. <CL><IP9,0,0>Com dois dos principais hotéis da cidade – o Hilton e o Hyatt –, ele tem como fundo a ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira.</IP></CL> Juntos, os donos de seus imóveis pagam <CL><IP9,0,0>R$ 45 milhões por ano de IPTU, </IP></CL>o mesmo que 18 distritos da capital.
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