Os trabalhadores com o rendimento mais baixo, de 144 a 186 reais mensais, foram os que tiveram o maior aumento na renda entre 2009 e 2011, com ganho de 29,2 por cento, ante um crescimento médio de 8,3 por cento entre as pessoas ocupadas do país, revelou nesta sexta-feira a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE. A renda média nacional proveniente do trabalho passou de 1.242 reais para 1.345 reais em dois anos, registrando aumento em nas cinco regiões do país. A maior renda média está no Sudeste (1.522 reais) e a menor, no Nordeste (910 reais). Em 2004, a renda média era de 1.036 reais e subiu sucessivamente desde então. O aumento médio na renda de 8,3 por cento registrado entre 2009 e 2011 no país, no entanto, ficou abaixo da inflação nesse período, que foi de 12 por cento. Enquanto a renda dos 10 por cento dos trabalhadores com os menores rendimentos subiu 29,2 por cento, houve uma redução no crescimento do rendimento conforme o valor aumentava. Dessa forma, o Índice de Gini, que mede a concentração de riqueza, recuou de 0,518 em 2009 para 0,501 em 2011 -- quanto mais próximo de zero, menos concentrada é a distribuição dos rendimentos. "Quem ganhava menos rendimento de trabalho teve mais aumento, exceto na Região Norte", disse Maria Lucia Vieira, gerente da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Quem tinha mais teve mais aumento apenas na Região Norte." No Norte, o maior aumento dos rendimentos ocorreu para os 5 por cento que recebiam mais, de 5.840 reais para 6.429 reais. Em 2011, os 10 por cento da população ocupada e que contavam os rendimentos de trabalho mais elevados concentravam 41,5 por cento do total de rendimentos de trabalho. A Pnad, que visitou 146 mil domicílios e entrevistou 359 mil pessoas em 2011, considerou o rendimento de todos os trabalhos das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas e com rendimento. O estudo apontou uma redução de 14 por cento (597 mil) entre os trabalhadores na faixa etária de 5 a 17 anos. Em 2011, havia no país cerca de 3,7 milhões de trabalhadores nessa idade. ANALFABETOS A população residente no Brasil foi estimada em 195,2 milhões de pessoas. No levantamento sobre o nível de escolaridade da população, a Pnad registrou uma queda na taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais de 9,7 por cento em 2009 para 8,6 por cento em 2011. Ainda assim, 12,9 milhões de pessoas nessa faixa etária eram analfabetas -- uma redução em relação aos 14,1 milhões de 2009. A maior parte dos analfabetos tem 50 anos ou mais e vive nas Regiões Norte e Nordeste, de acordo com a pesquisa. (Por Pedro Fonseca)
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