Apontado como pivô da rebelião que mobilizou mais de 700 detentos do Presídio de Salvador e deixou um preso ferido a tiro, o traficante Eberson Souza Santos, de 26 anos, conhecido como Piti, morreu nesta segunda-feira, 6, depois de um tiroteio, segundo informações da polícia. Durante a rebelião, que durou três dias na última semana, cinco pessoas foram mantidas reféns, entre elas três agentes penitenciários. Piti, tido como um dos mais perigosos criminosos da Bahia, havia fugido do presídio, localizado no bairro da Mata Escura, periferia de Salvador (BA), em 26 de junho. No dia seguinte, outros 51 presos, apontados como seus parceiros, foram transferidos para a Unidade Especial Disciplinar (UED), de segurança máxima. A penalidade, que teria duração de 30 dias, foi estendida por mais tempo, fazendo com que os demais detentos reivindicassem o retorno dos colegas - em especial de dois deles, apontados como líderes no local. O traficante, que estava sendo monitorado por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, teria sido morto depois de uma perseguição que começou na manhã de domingo. Dois carros em que estariam Piti e três comparsas, um Fiat Siena e um Ford Ecosport, foram abordados por policiais na BR- 324, a mais movimentada da Bahia, perto do município de Feira de Santana, a 110 quilômetros de Salvador. Os criminosos reagiram à abordagem. Houve tiroteio, mas os suspeitos conseguiram escapar. A cerca de 45 quilômetros de Salvador, no município de Candeias, houve novo confronto entre criminosos e polícia. Os dois ocupantes do Siena, Erisvaldo Assis Santana, de 27 anos, e Erisvaldo Bispo do Bonfim, de 29, supostos integrantes da quadrilha de Piti, morreram no local. Com eles, foram encontrados duas pistolas, munição, R$ 2.800, jóias e pequena quantidade de maconha. Mesmo feridos, Piti e o outro parceiro fugiram a pé, pelo matagal que margeia a rodovia. Na madrugada de hoje, a polícia recebeu a informação de que Piti estava muito ferido, na mesma área em que tinha havido o tiroteio. Localizado às 6h30, ele chegou a ser levado ao Posto Médico Luis Viana, em Candeias, mas não resistiu aos ferimentos. O outro integrante da quadrilha continua foragido.
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