Tribunais assumem postura inovadora em caso da Nortel Networks

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Por TOM HALS

Um juiz norte-americano e um juiz canadense acertaram nesta sexta-feira a realização de um julgamento conjunto e simultâneo para decidir como dividir 9 bilhões de dólares levantados com a liquidação da Nortel Networks, descartando objeções de que o arranjo incomum levaria a "caos". Kevin Gross, um juiz de falência em Wilmington, Delaware, disse aos envolvidos numa teleconferência realizada em conjunto com um juiz canadense que os litigantes devem se preparar para um julgamento no fim deste ano. Gestores de antigas unidades da Nortel na Europa haviam pedido que os juizes levassem a questão a arbitragem com poder vinculativo. Eles podem recorrer da decisão. Seu advogado, Derek Adler do Hughes Hubbard & Reese, não respondeu imediatamente um pedido de comentário. Gross e o juiz Geoffrey Morawetz em Toronto têm fiscalizado a liquidação da antiga gigante de telecomunicações, que outrora teve um valor de mercado de 250 bilhões de dólares e operações globais que empregavam 93 mil funcionários. Após a Nortel pedir proteção de credores em 2009 em tribunais ao redor do mundo, suas unidades nos EUA, Canadá e Europa acertaram vender as operações da Nortel como um negócio global para aumentar seu valor. No entanto, essas unidades em países diferentes nunca lidaram com a complexa questão de como dividir o dinheiro levantado. Até que cada unidade da Nortel saiba quanto dinheiro tem, é quase impossível negociar e resolver as reivindicações de dívidas de mais de 30 bilhões de dólares junto a credores. Quatro anos após o colapso da Nortel, dezenas de milhares de aposentados, governos, fornecedores e hedge funds ainda aguardam serem pagos.

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