Vacina bivalente da covid: O que os estudos mostram sobre proteção?

Estudos recentes mostram maior eficácia em novo tipo de imunizante contra o coronavírus. Brasil iniciou aplicação nesta segunda-feira

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Foto do author Roberta Jansen
Atualização:

A vacina bivalente é significativamente mais eficaz em evitar as internações e mortes por covid-19 em relação aos imunizantes originais. A conclusão está em dois estudos preliminares feitos nos Estados Unidos e na Escandinávia e publicados recentemente.

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A eficácia da vacina mais recente quando usada como segunda dose chega a 80% contra 65% da inicial. O novo imunizante da Pfizer começou a ser oferecido nesta segunda-feira no País, marcando o início de uma nova etapa da imunização.

As vacinas chamadas de bivalente induzem a produção de anticorpos contra a cepa original do vírus SarsCov-2 e também das novas variantes que surgiram ao longo da pandemia e hoje são predominantes. Por isso, segundo especialistas, elas são as mais eficientes dentre as disponíveis atualmente.

Vacina bivalente começa a ser aplicada em idosos nesta semana  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O estudo americano, publicado na New England Journal of Medicine, foi feito com a vacina bivalente da Pfizer e a da Moderna em comparação aos imunizantes originais. O trabalho mostra que, quando usada como dose de reforço, a bivalente previne internações e mortes em 61,8% em relação à vacina original (24,9%).

O trabalho dos pesquisadores escandinavos (ainda sem revisão dos pares) mostra resultados ainda melhores. A dose de reforço da bivalente foi eficaz em 80% dos casos (de quadros graves e óbito), contra 65% do imunizante original.

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O extenso uso das vacinas bivalentes da Pfizer e da Moderna nos Estados Unidos e na Europa nos últimos meses mostra uma redução no número de hospitalizações e mortes, segundo as agências de diferentes países.

Vírus evoluiu e driblou imunidade

Conforme o vírus causador da covid-19 se espalhou pelo mundo, ele evoluiu, tornando-se mais facilmente transmissível e também mais eficiente em driblar a imunidade gerada pelo imunizante original. As novas vacinas foram desenvolvidas para fazer frente a essa nova realidade.

Por isso, têm como alvo tanto a cepa original quanto às variantes mais novas. A vacina da Pfizer é voltada especificamente à neutralização da variante Ômicron, que é predominante hoje no mundo.

O Ministério da Saúde estima que 54 milhões de brasileiros sejam elegíveis a receber a nova vacina. A oferta ocorrerá em cinco fases, começando pelos mais vulneráveis: pessoas acima de 70 anos, pacientes imunossuprimidos a partir dos 12 anos, pessoas vivendo em instituições de longa permanência e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.

Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizaçoes (Sbim), Renato Kfouri explicou que, para ser licenciada, a nova vacina demonstrou em testes em laboratório que a proteção oferecida pela bivalente é maior.

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“Os estudos clínicos ainda estão em fase inicial, mas tudo indica que há mesmo uma eficácia superior da bivalente”, afirmou. “Mesmo faltando ainda dados mais robustos e precisos de estudos clínicos, esta é a vacina hoje recomendada, sobretudo para pessoas em grupos de risco.”

Por enquanto só as vacinas feitas a partir do RNA mensageiro têm essa formulação bivalente. A vacina que está sendo aplicada no Brasil oferece proteção para a cepa original, Wuhan (nome do local onde surgiu a pandemia, na China) e para a variante Ômicron.

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