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Uma semana antes da pandemia do coronavírus alterar de maneira brusca a rotina dos ambientes de trabalho em todo o Brasil, retirando de surpresa milhares de pessoas de seus escritórios, isolando funcionários em casa, exigindo de cada trabalhador uma adaptação quase imediata às dinâmicas do home office, a sede da Microsoft em São Paulo recebia a 'Semana da Diversidade', evento organizado entre 9 e 13 de março para funcionários e colaboradores debaterem a importância do espaço de trabalho acessível.
Na pauta, temas fundamentais para a inclusão de mulheres, de negros, de integrantes da comunidade LGBTQI+ e também de pessoas com deficiência.
Entre os palestrantes, o brasileiro Ricardo Wagner, líder de acessibilidade da Microsoft Canadá e especialista na construção de ambientes de trabalho inclusivos, veio especialmente ao País para mostrar como a tecnologia pode apoiar empresas na inclusão de profissionais com deficiência.
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O executivo falou com exclusividade ao #blogVencerLimites naquela semana, mas a entrevista ficou guardada até agora porque o blog estava concentrado na cobertura sobre a covid-19 e os perigos da doença para a população com deficiência.
"Ainda não está claro para todo mundo que a acessibilidade tem de ser digital e física. De nada adianta oferecer softwares acessíveis e tecnologias super modernas se há impedimentos para a entrada do profissional no prédio", diz Ricardo Wagner.
"Naturalmente, nosso foco é o digital. Quando você tem a chance de renovar um ambiente, fazer uma reforma ou construir um novo prédio, a acessibilidade se torna mais viável, mas muitas empresas e organizações estão em edifícios antigos. Então, há alternativas nas quais a tecnologia pode atuar", afirma.
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Ricardo Wagner comenta que, apesar de existirem 1,3 bilhão de pessoas com deficiência no mundo, 70% dessa população têm deficiências "invisíveis", o que cria uma falsa impressão a respeito do tamanho real desse grupo.
"Me arrepio quando uma empresa nos pede para 'acomodar' as pessoas com deficiência. Você, na verdade, tem de adaptar o ambiente para todos os profissionais, com e sem deficiência".
O lider de acessibilidade da Microsoft Canadá destaca a importância de ser estratégico nessa adaptação, para atrair talentos e não apenas para captar e manter trabalhadores com deficiência porque a lei exige isso. "Os ambientes e as ferramentas estão deficientes", avalia Ricardo Wagner.
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Acessibilidade no DNA - "Criamos tecnologia por design. A solução desenvolvida para quem não tem um braço também vai funcionar para quem está com o braço quebrado. Acessibilidade para alguns é usabilidade para muitos", defende o executivo.
"No mundo digital está acontecendo uma coisa fantástica. Você desenha para o extremo, cria soluções para cegos, para surdos, para uma pessoa com dificuldade de aprendizado, para alguém com ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica) e essas soluções funcionam para todas as pessoas",
Ricardo Wagner esclarece que, especificamente nas questões de usabilidade e de interação, as tecnologias criadas para pessoas com deficiência geram inovação.
"Temos na Microsoft a plena percepção, com exemplos concretos, de que as deficiências são usinas de inovação", afirma o brasileiro.
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Poder para as pessoas - A Microsoft apresenta como missão da empresa "empoderar todas as pessoas e organizações para conquistar mais" e destaca que "não há limite para o que as pessoas com deficiência podem alcançar quando a tecnologia reflete a diversidade de todos que a utilizam".
Clique aqui para acessar a lista, em inglês, de soluções de acessibilidade da Microsoft, no Windows 10 e no Office 365, que podem ser usadas em casa, na escola e no trabalho.
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