Pessoas com deficiência são, acima de tudo, pessoas. Cidadãos com determinadas funções do corpo que não estão plenas, mas sempre cidadãos. Homens, mulheres, crianças e idosos que precisam de determinados recursos de acessibilidade, mas sempre homens, mulheres, crianças e idosos. Gente que estuda, trabalha, passeia, viaja, namora, faz sexo, comete erros, tem direitos e, principalmente, deveres, mas sempre gente.
Eu sou uma pessoa com deficiência, sou uma pessoa, sou gente. Não sou, de maneira nenhuma, deficiente, alguém especial e, mais do que qualquer outra identificação, não sou PCD.
Usar determinados termos e abandonar outros tantos quando se pretende identificar ou definir pessoas com deficiência não tem base em uma prática politicamente correta ou em um preciosismo de quem aborda o assunto. A maior função dessa insistência é ampliar conhecimento.
É o conhecimento que nos permite compreender com mais abrangência e profundidade o ambiente que nos cerca. É o caminho para a evolução, que nos permite vencer os limites impostos pela ignorância (a falta de saber), ampliar nossa observação e, fundamentalmente, aceitar a diversidade como pertinente à sociedade.
Eu não deixo de ser quem sou porque tenho deficiências, porque meu corpo não tem todas as suas funções em plena atividade. E você não deixa de ser quem é se algo em seu corpo não funciona como é esperado.
Eu e você somos pessoas, com ou sem deficiências. Não há definição mais simples. Não há explicação mais acertada.
Insisto na reavaliação constante das informações usadas quando pessoas com deficiência fazem parte da história. Porque o desconhecimento leva ao preconceito, que resulta na exclusão.
Por favor, parem de me chamar de PCD. É uma identificação excludente e isoladora. Aprisiona pessoas com deficiência em uma redoma e mantém sob uma capa de invisibilidade, as mesmas que lutamos para destruir todos os dias.
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