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Diversidade e Inclusão

Projeto gratuito de alfabetização em braile para pessoas com deficiência visual cresce 1.000% na pandemia

Iniciativa de uma empresária de Duartina (SP) começou no ano passado com aulas presenciais. Atualmente, estudantes de todo o País participam do curso pela internet. Organizadora busca recursos para manter o programa.

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Foto do author Luiz Alexandre Souza Ventura


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Um projeto social de alfabetização em braile para pessoas com deficiência visual teve aumento de 1.000% no número de alunos durante a pandemia e busca recursos para continuar ativo.

O programa 'Enxergando o futuro com a ponta dos dedos', criado pela empresária Daniela Reis Frontera, de 47 anos, começou em novembro do ano passado com aulas presenciais para dez estudantes em Duartina, no interior paulista, a 366 quilômetros de São Paulo. Com as medidas de isolamento e distanciamento social para evitar a contaminação pelo coronavírus, as aulas passaram para o formato online, o que gerou muita procura e resultou no crescimento para 100 participantes de todo o País.

Daniela criou o curso para suprir uma lacuna de acessibilidade que ela mesma enfrentou na juventude, a partir dos 23 anos, quando começou a perceber as sequelas de uma retinose pigmentar, condição degenerativa nos olhos que não tem cura nem tratamento.

"No início foi muito difícil encontrar uma instituição ou profissional para me ensinar o braile. Ao passar por isso, quis ajudar outras pessoas e fazer com que elas tivessem mais independência para se comunicarem e organizarem suas vidas. Poder ler é também uma forma de inclusão e o braile é o caminho para isso", afirma a professora, que tem 20% de visão atualmente.

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Descrição da imagem #pracegover: Na tela de um computador, oito divisões com as imagens dos alunos do curso de braile. Crédito: Divulgação.  Foto: Estadão


"Estou no módulo três e já conheci todas as letras do alfabeto. Hoje, consigo fazer a leitura de algumas frases. Tudo está sendo uma grande novidade", diz Elandio Julio dos Santos, de 44 anos, que nasceu cego, mora em Itabaiana (Sergipe) e soube do curso por meio de um amigo de Paulínia (SP).

"Nunca havia tido a oportunidade de aprender. Minha maior frustração é quando preciso assinar algum documento no banco", conta Elandio, que começa a construir um projeto pessoal de candidatura a vereador para representar a população com deficiência visual na cidade.

A mudança das aulas presenciais para o ambiente virtual provocou despesas imprevistas, como aquisição de material, assinatura de um website para fazer as videoconferências, uso do serviço dos Correios para envio de materiais e outros investimentos.

Para ajudar na manutenção e ampliar o acesso, o projeto vai fazer uma live solidária no dia 22 de agosto, às 20h30, no canal do programa no YouTube, com o tema 'Projeto anos 80', que irá apresentar músicas da década de 1980. As contribuições poderão ser feitas por QR Code.

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