Vento, chuva e alagamentos provocam transtornos no RS

Situação é mais grave em Porto Lucena, onde cerca de 90% das 2,5 mil residências foram prejudicadas

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Por Elder Ogliari - Agência Estado

Texto atualizado às 19h29.

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PORTO ALEGRE - Uma tempestade com ventos de até cem quilômetros por hora e queda de granizo danificou o telhado de milhares de casas e também de prédios e pavilhões de diversos municípios do noroeste do Rio Grande do Sul entre a noite de terça-feira e a madrugada desta quarta-feira. O tempo melhorou durante o dia, permitindo que a maioria das famílias pudesse improvisar coberturas de lona para suas residências. No final da tarde, bombeiros procuravam por dois desaparecidos. Um deles é um operário argentino que trabalhava na manutenção da ponte internacional São Borja-Santo Tomé e caiu no rio Uruguai. Outro é um pescador de Torres que estava em um barco virado pelo vento no rio Mampituba durante a madrugada.

Entre os municípios, a situação mais grave é de Porto Lucena, onde um cálculo inicial da prefeitura indica que 90% das 2,5 mil residências sofreram algum tipo de prejuízo, com parte delas totalmente destelhadas. Moradores da cidade, que tem 5,4 mil habitantes, disseram ter visto pedras do tamanho de ovos. Além de furar telhados, o granizo quebrou vidros de diversos automóveis. Algumas pessoas ficaram feridas sem gravidade.

Centenas de moradores de Santa Rosa, Santo Ângelo, Santo Cristo, Ijuí, Ibirubá e Soledade enfrentaram problemas semelhantes. Assim como em Porto Lucena, as prefeituras distribuíram lonas para as famílias recobrirem provisoriamente suas casas. Também ouve destelhamentos em Aratiba, no norte, e em Arvorezinha, no nordeste do Rio Grande do Sul.

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A chuva quase ininterrupta que caiu entre domingo e terça-feira no Estado alagou áreas da região metropolitana de Porto Alegre. Na zona sul da capital gaúcha a inundação cobriu áreas de cultivo de hortaliças de chácaras e entrou em algumas casas. Em Cachoeirinha, o rio Gravataí subiu e ilhou 20 famílias. Em Esteio e São Leopoldo casas e ruas foram invadidas pela água.

Em Barra do Ribeiro, no sul, dois bombeiros e um índio foram resgatados ao amanhecer, depois de passarem a noite agarrados aos galhos de uma árvore. Eles estavam retirando moradores de uma aldeia guarani ameaçada por uma inundação quando o bote virou. Como a correnteza do riacho era forte, tiveram de usar técnicas de sobrevivência para se manterem vivos à espera do socorro.

Durante o dia, a chuva deu lugar ao vento, sobretudo na zona sul do Estado. Em Rio Grande, Pelotas e Santana do Livramento houve queda de árvores e postes. Segundo serviços de meteorologia, os temporais foram consequências do encontro de uma massa de ar quente com áreas de instabilidade e umidade sobre o Rio Grande do Sul. Já a ventania da tarde foi provocada pelo ciclone extratropical que se formou no Atlântico Sul e vai perder intensidade nesta quinta-feira.

A previsão do 8º Distrito de Meteorologia indica que os transtornos não devem se repetir no resto da semana. Nesta quinta-feira o tempo será nublado a parcialmente nublado, com vento fraco a moderado e possibilidade de chuva em áreas isoladas no leste do Estado. A temperatura vai oscilar entre 4 e 22 graus.

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