Engenheiro e físico respeitado, Roberto Lobo também tem sua trajetória acadêmica associada a uma decisão inusitada: renunciou à reitoria da USP, em 1993. Hoje ele atribui o episódio ao que considera um "vexame nacional", a condescendência de seus pares com a virtual paralisia da universidade em épocas de sucessão. "Logo no início do segundo semestre de 1993, eu estava aborrecido. Os processos não andavam. Começou a haver interesses políticos, o cara não aprovava nada, com medo de valorizar sei lá quem", conta. Mas a gota d'água para o pedido de afastamento ocorreu pela intervenção de um integrante do primeiro escalão da gestão. "Ele foi à minha sala e disse: 'Ô, Roberto, todo reitor da USP viaja três meses antes das eleições, some daqui. Não dá para ser reitor em véspera de eleição.' Fiquei revoltado com aquilo... Não é possível que a USP, que ganha US$ 1 milhão por dia de tributos, pare três meses por causa de uma eleição. Fui embora. Ficar ali de rainha da Inglaterra, assistindo aos outros ficarem brigando, seria um escândalo."