A mulher do fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, 41 anos, que morreu no dia 13 de julho depois de ser atropelado em uma avenida do Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, se lembra do acidente que tirou a vida do marido.
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, exibida neste domingo, 28, Bruna Villarinho diz que o momento em que o veículo atinge Fábio foi muito “rápido” e, quando percebeu, o marido “já estava no ar”.
“A gente saiu do hotel e viu que a pista estava tranquila. A gente atravessou a primeira pista. Eu estava de lado e não vi nada de diferente. Só vi de fato quando, do nada, mais rápido que a velocidade da luz, (veio) aquele carro. E quando eu olho, ele estava lá em cima, já no ar. Aí comecei a gritar”, lembra Bruna, emocionada.
O casal tinha se casado horas antes e tinha uma viagem programada para o dia 15 de julho para celebrar a lua de mel. Eles estavam de passagem pelo Rio de Janeiro.
Bruna e Fábio chegaram ao hotel, que fica Avenida Lúcio Costa, deixaram as malas e saíram para caminhar na praia. De acordo com informações de testemunhas, eles atravessavam a via por volta das 23h30 quando aconteceu o atropelamento.
“Um moço começou a virar, e a fazer massagem cardíaca. Eu fiquei sentada do lado dele, dizendo: ‘Salva meu marido, pelo amor de Deus. A gente acabou de casar. Salva ele’. O bombeiro veio e disse: ‘Minha senhora, eu sinto muito’, mas não dá mais. Aí o mundo cai. Abre tudo embaixo do seu pé. E fiquei completamente desnorteada”, se recorda.
Testemunhas disseram que o veículo estava em alta velocidade e que o condutor deixou o local sem prestar socorro. Fábio morreu no local.
“Eu só vi que esse carro branco. Pelo barulho de aceleração, vi que era um carro muito potente. Eu vi que deu uma ligeira... uma encostada, só que depois saiu arrancando de novo.”, disse Bruna ao Fantástico.
“Foi muito rápido, muito de repente. Ele estava um pouco na minha frente, mas foi tão assim que eu não vi nem no momento que o carro pegou ele”, acrescenta a viúva.
De acordo com a polícia, o carro era dirigido por Vitor Vieira, um influenciador praticante do freestyle, atividade focada em fazer embaixadinhas e outras manobras com uma bola de futebol.
A Polícia Civil ainda não localizou Vieira, que se encontra foragido desde o atropelamento. O carro conduzido por ele foi localizado e, segundo as investigações, com manchas de vinho e taças quebradas dentro e fora do veículo. O Estadão não conseguiu localizar a defesa de Vieira.
Ainda segundo as investigações, Vieira estava acompanhado de cinco mulheres, que prestaram depoimento. Elas disseram às autoridades que não viram o motorista consumindo álcool ou outra droga.
Fábio e Bruna estavam juntos há seis anos e há dois, pelo menos, planejavam o casamento que aconteceu no dia 13 de julho, horas antes do acidente. O enterro aconteceu dois dias depois, na segunda, 15, mesmo dia em que o casal partiria para uma viagem de lua de mel.
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