Pivô do primeiro escândalo de corrupção do governo Lula, o ex-assessor parlamentar da Casa Civil Waldomiro Diniz foi condenado pela Justiça Federal na quinta-feira por improbidade administrativa, no processo em que era acusado de tráfico de influência na renovação de contrato da rede de loterias do País, entre a Caixa Econômica Federal e a multinacional Gtech. Waldomiro foi afastado do cargo em fevereiro de 2004, após a divulgação de vídeo em que aparece negociando propina com o empresário de jogos Carlos Cachoeira.Sindicância da Presidência e investigações da Polícia Federal mostraram que Waldomiro vinha praticando tráfico de influência em favor de grupos privados, entre os quais a Gtech, que faturava mais de R$ 650 milhões de comissão no contrato com a Caixa. O escândalo causou desgaste à imagem do até então todo-poderoso ministro José Dirceu (Casa Civil), chefe de Waldomiro, que teve seu desempenho afetado a partir daí até ser afastado do cargo. Na sequência, Dirceu teve o mandato de deputado cassado no escândalo do mensalão.De acordo com a sentença, Waldomiro, que não será preso. Terá de pagar apenas o equivalente a cinco vezes seu salário da época (cerca de R$ 40 mil hoje), além de R$ 5 mil de honorários advocatícios. O ex-assessor foi beneficiado por uma série de atropelos entre a Polícia Federal e o Ministério Público, numa investigação confusa desde o início.
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