A descoberta de água líquida na superfície de Marte foi considerada um avanço notável por cientistas brasileiros e estímulo a uma “visita” - ou seja, a uma missão tripulada.
De acordo com João Steiner, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), além da relevância de uma confirmação robusta da presença de água líquida em um planeta do Sistema Solar, a descoberta tem um apelo especial. “Certamente é uma descoberta importante. Do ponto de vista científico, é algo notável, já que a água é condição para a existência de vida - e se torna ainda mais especial por se tratar de Marte”, disse.
Sonda Phoenix descendo de pára-quedas ao solo de Marte
Sonda Phoenix descendo de pára-quedas ao solo de Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
Uma das primeiras fotos da superfície de Marte tirada pela sonda
Uma das primeiras fotos da superfície de Marte tirada pela sonda Foto: EFE/NASA/Handout
Equipe da Universidade do Arizona com um modelo da sonda Phoenix
Equipe da Universidade do Arizona com um modelo da sonda Phoenix Foto: Fred Prouser/Reuters
Uma das primeiras imagens coloridas tirada pela sonda ao chegar em Marte
Uma das primeiras imagens coloridas tirada pela sonda ao chegar em Marte Foto: REUTERS/NASA,JPL, Caltech, University of Arizona/Handout
Imagem do horizonte de Marte tirada pela sonda logo após aterrissagem
Imagem do horizonte de Marte tirada pela sonda logo após aterrissagem Foto: AP/NASA, JPL-Caltech, University of Arizona
Imagem artística da Nasa para o processo de aterrissagem da sonda em Marte
Imagem artística da Nasa para o processo de aterrissagem da sonda em Marte Foto: Efe/Nasa
Imagem artística da Nasa para o processo de entrada da sonda na atmosfera de Marte
Imagem artística da Nasa para o processo de entrada da sonda na atmosfera de Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
Réplica funcional da sonda usada para testes na Universidade do Arizona
Réplica funcional da sonda usada para testes na Universidade do Arizona Foto: John Miller/AP
Imagem tirada pela Phonix mostra parte da região do pólo norte de Marte
Imagem tirada pela Phonix mostra parte da região do pólo norte de Marte Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
Imagem tirada pela Phonix mostra parte o horizonte do pólo norte de Marte
Imagem tirada pela Phonix mostra parte o horizonte do pólo norte de Marte Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
Imagens combinadas para formarem uma imagem completa da vista de Marte do local de pouso da Phoenix
Imagens combinadas para formarem uma imagem completa da vista de Marte do local de pouso da Phoenix Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
DVD com saudações enviado com a Phoenix para Marte
DVD com saudações enviado com a Phoenix para Marte Foto: REUTERS/The Planetary Society/Handout
Imagem tirada da lateral da sonda Phoenix do solo de Marte
Imagem tirada da lateral da sonda Phoenix do solo de Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Handout
Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte
Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte
Imagem colorida tirada pela Phoenix em Marte Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
Mosaico de Marte mostrando as informações já recebidas para o mapeamento do planeta
Mosaico de Marte mostrando as informações já recebidas para o mapeamento do planeta Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University/Handout
Imagem colorida tirada pela Phoenix para o mapeamento do solo de Marte
Imagem colorida tirada pela Phoenix para o mapeamento do solo de Marte Foto: AP/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona
Imagem mostra material que cientistas acreditam ser rocha ou gelo
Imagem mostra material que cientistas acreditam ser rocha ou gelo Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
Imagem mostra Phoenix movimentando material que pode ser rocha ou gelo
Imagem mostra Phoenix movimentando material que pode ser rocha ou gelo Foto: REUTERS/NASA/JPL-Calech/University of Arizona/Handout
Superfície lisa abaixo da Phoenix que pode ser gelo ou rocha
Superfície lisa abaixo da Phoenix que pode ser gelo ou rocha Foto: REUTERS/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/Max Planck Institute/Handout
Braço robótico da Phoenix recolhendo amostras de solo de Marte
Braço robótico da Phoenix recolhendo amostras de solo de Marte Foto: AP/Nasa/JPL-Caltech/University of Arizona/Texas A&M University
Segundo ele, já foi comprovada a existência de água em estado sólido e líquido em diversos objetos do Sistema Solar, como a Lua, Ceres, Europa e Encédalo - respectivamente luas de Júpiter e Saturno. “Mas Marte é um objeto de fascínio para a humanidade, porque é um planeta do nosso sistema que mais oferece condições, em tese, para a existência de vida.”
Missão. De acordo com Steiner, o interesse pela possibilidade de vida fez Marte virar objeto de diversas pesquisas e missões não tripuladas. “Existe mesmo a intenção de fazer uma missão tripulada nas próximas décadas. Considerando essa possibilidade, a existência de água por lá é fundamental.”
Pierre Kaufmann, coordenador do Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica Mackenzie, afirma que a descoberta poderá dar novo estímulo ao projeto da Nasa de levar uma missão tripulada a Marte. “O projeto para o envio de tripulantes a Marte está relativamente estagnado, mas, com essa descoberta, os esforços para uma missão humana poderão ficar mais concentrados. Até agora, só havia especulações vagas sobre as possibilidades de vida no planeta, mas essa perspectiva se torna muito mais sólida com essa evidência robusta de existência de água em estado líquido em Marte”, disse.
Segundo Kaufmann, a nova descoberta só foi possível graças a enormes esforços que envolveram medições diretas feitas por satélites de sensoriamento em órbita ao redor de Marte, enviados por diversos países, além de sondas que analisam amostras do planeta. “Futuras pesquisas serão seguramente feitas com base em experimentos espaciais, com outros sensores e outros experimentos que levem equipamentos para sondar o planeta direta e indiretamente, incluindo o eventual envio de astronautas.”
O problema das missões tripuladas, segundo Kaufmann, é que elas impõem obstáculos ainda intransponíveis do ponto de vista financeiro e de sobrevivência dos astronautas. “A viagem é muito longa e um súbito aumento da atividade solar durante esse período poderia submeter os astronautas a radiações extremamente intensas e mortais. A nave precisaria ser excepcionalmente blindada e, por isso, muito pesada, o que aumentaria as exigências em relação a lançadores.”
Outra missão da Nasa, a Curiosity, explorou planeta em 2012: