Como o amor afeta cada parte do cérebro? Quantas formas de amor existem?

Trabalho feito com 55 voluntários fez imagens das áreas cerebrais mais ativadas; o amor materno é o mais forte, seguido do amor romântico

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Foto do author Roberta Jansen

Existem pelo menos seis tipos de amor e cada um deles ativa uma região diferente do cérebro humano. É o que revela um grande estudo feito a partir de imagens do cérebro e publicado em agosto, na última edição do jornal científico Cerebral Cortex.

Regiões cerebrais que foram ativadas e desativadas ao ouvir histórias de amor (esquerda) e ao imaginar (direita) sentimentos de amor por diferentes objetos, em contraste com histórias neutras de controle. Em laranja, áreas ativadas mais fortemente por histórias de amor do que pelas outras. Em azul, as ativadas mais fortemente para histórias de controle do que de amor ou foram desativadas mais fortemente para o amor do que nas histórias de controle. Foto: Reprodução/Oxford Academic

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Pesquisadores finlandeses apresentaram diferentes cenários para 55 voluntários – todos eles vivendo uma relação amorosa e com filhos. A equipe usou exames de ressonância magnética para analisar a atividade cerebral dos participantes ao ouvirem histórias relacionadas a seis diferentes tipos de amor: romântico, parental, fraternal, por desconhecidos, por animais de estimação e pela natureza.

Alguns dos cenários apresentados aos participantes do estudo, por exemplo, envolviam o momento em que eles viram seus filhos pela primeira vez.

Estudo mapeou atividade cerebral para diferentes tipos de amor, incluindo aquele dedicado aos pets Foto: Shotprime Studio/Adobe Stock

“Você olha para o recém-nascido pela primeira vez. O bebê é macio, saudável, apaixonante, a maior maravilha da sua vida. Você sente amor pelo pequeno”, foi uma das situações apresentadas pelos pesquisadores.

A ativação que ocorre no cérebro no momento em que ouve essa história é comparada a de quando é apresentada uma história considerada neutra; caso em que a ativação é praticamente nenhuma.

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A resposta de atividade cerebral mais intensa acontece diante do amor pelos filhos, seguida de perto pelo amor romântico.

“No caso do amor romântico, há uma ativação de uma região profunda do cérebro no sistema de recompensa”, explicou o co-autor do estudo Parttyli Rinne, da Universidade de Aalto, na Finlândia, acrescentando que essa resposta tão intensa não foi registrada “para nenhum outro tipo de amor”.

Surpreendentemente, todos os tipos de amor entre pessoas ativam a mesma região do cérebro, independentemente do tipo de relacionamento. A diferença está na intensidade da ativação cerebral.

O amor solidário por pessoas desconhecidas, revela o estudo, produz uma ativação cerebral menos intensa do que a provocada pelo amor em relacionamentos mais próximos.

Já o amor pela natureza ativa uma parte do sistema de recompensa do cérebro e também áreas relacionadas aos registros visuais, mas não as regiões ditas sociais do cérebro.

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Essas descobertas sugerem que a atividade cerebral em resposta a sentimentos de amor é influenciada não apenas pela proximidade, mas também pelo fato de se tratar de outro ser humano, uma outra espécie ou a natureza.

No caso dos donos de pets, quando os cientistas pediam que eles imaginassem estar passando um tempo em companhia de seu amigo peludo, áreas do cérebro associadas aos sentimentos de sociabilidade eram ativadas. Eram bem mais do que as ativadas quando se pensava na natureza.

“Nós oferecemos uma imagem mais completa da atividade cerebral relacionada a diferentes tipos de amor do que qualquer outra pesquisa feita anteriormente”, afirmou Rinne.

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