Por que região entre a Amazônia e os Andes é tão rica em espécies? Estudo busca a resposta

Bacia Amazônica, na região dos Andes, abriga uma das maiores biodiversidades do planeta; lá, o relevo acidentado ajuda no surgimento de várias espécies

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Foto do author Ramana Rech
Atualização:

Um estudo coordenado por um pesquisador da Universidade de Tel Aviv, em Israel, com a participação de vários cientistas do mundo, incluindo a Universidade de São Paulo (USP) estudou algumas das regiões do planeta com a maior biodiversidade do mundo.

Biodiversidade amazônica é uma das mais ricas do mundo Foto: Milan - stock.adobe.com

Uma das áreas com maior riqueza é a Bacia Amazônica – na região dos Andes – e o nordeste da floresta tropical. Os Grandes Lagos Africanos e boa parte do Sudeste da Ásia também aparecem como regiões com alta diversidade de espécies.

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Os resultados foram publicados na revista científica Zoological Society of London em dezembro do ano passado.

No caso do Andes, a riqueza de animais foi propiciada pelas diferenças de altitude, que obriga as espécies a desenvolverem múltiplos tipos de características para sua sobrevivência.

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O relevo acidentado, somado à expressiva diversidade amazônica, propiciou um ambiente único de riqueza de espécies, afirma Márcio Martins, professor do Instituto de Biociência da USP e um dos autores do estudo. “No Brasil, a diversidade mais alta de anfíbios é na Serra do Divisor, no Acre, que está a 200 km da Cordilheira dos Andes”, exemplifica.

A mesma biodiversidade, no entanto, não foi encontrada nas áreas com altitude superior a 4 mil metros do Andes, já que o frio dificulta a sobrevivência dos animais.

Chuva e disponibilidade de alimentos explicam variações

Lugares com maior volume de chuva costumam ter maior diversidade de espécie de mamíferos e aves. Eles fazem parte do grupos dos animais endotérmicos, por isso, mantêm a temperatura corporal com o calor gerado pelo próprio corpo. Dessa forma, esses animais conseguem viver tanto em lugares quentes quanto frios.

Por outro lado, como produzem calor o tempo todo, precisam de comida de forma contínua e em alta quantidade para sobreviver. E a chuva traz impactos significativos na disponibilidade de alimentos.

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Mesmo sem capacidade de produzir calor pelo próprio corpo, já que são ectotérmicos (animais de “sangue frio”), os anfíbios tiveram a maior correlação com a presença de precipitações. Eles dependem de água e umidade para realizar atividades e processos fisiológicos essenciais para sua existência.

De todos os tetrápodes, o único em que a relação de diversidade de espécies e chuva não foi registrada foi a dos répteis. Esse grupo também é ectotérmico, ou seja, tem maior vulnerabilidade às temperaturas do ambiente. Eles conseguem, porém, viver em condições de seca.

“Os répteis têm o corpo coberto de escamas, não perdem água para o ar”, explica o professor a USP. Por isso, de acordo com ele, os répteis são bastante presentes na Austrália, onda há grandes desertos.

Leia o estudo completo na revista Zoological Society of London.

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