A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou uma imagem que mostram estruturas encontradas em Marte que se assemelham a aranhas. Na verdade, são buracos em gelo de tamanhos entre 45 metros e 1 km no polo sul do planeta. A imagem foi captada por uma sonda do ExoMars Gas Orbiter em outubro de 2020, mas publicada pela ESA na semana passada.
As supostas aranhas do planeta vermelho se formam quando os raios de Sol da primavera batem em camadas de dióxido de carbono depositados ao longo dos meses de inverno. A luz do Sol faz com que a camada mais profunda de dióxido de carbono se torne gás e quebre as camadas sobrepostas de gelo, que têm mais de um metro de grossura.
Ao subir para a superfície, o gás leva consigo material escuro e emerge na forma de altos gêisers antes de cair na superfície. O mesmo processo cria padrões gravados debaixo do gelo de formatos quem lembram os de aracnídeos.
Esses buracos ficam nos arredores de uma região de Marte chamada Cidade Inca. O local ganhou esse nome pela rede de elevações do relevo que se parecem com os remanescentes das ruínas dos incas.
O mistério da Cidade Inca
Descoberta em 1972 pela Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), a Cidade Inca ainda guarda mistérios sobre como foi formada. Uma das possibilidades é de que areia das dunas se tornaram pedras com o passar do tempo. Ou então materiais como magma e areia podem estar vazando através de camadas fraturadas de rocha. Também é possível que as cristas sejam estruturas relacionadas a geleiras.
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As paredes da Cidade Inca parecem formar parte de um círculo de 86 km de diâmetro. Por isso, cientistas desconfiam que a cidade está em cima de uma cratera formada após uma rocha vinda do espaço colidir com a superfície do planeta.
O impacto provavelmente causou a propagação de falhas na planície, que foi preenchida com lava. Porém, com o tempo, essa estrutura formada foi se desgastando.
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