Com quatro anos de atraso, o foguete Ariane 6 decolou nesta terça-feira, 9, da Guiana Francesa, fazendo os países europeus recuperarem o acesso autônomo ao espaço. A decolagem do foguete de 56 metros ocorreu por volta das 16 horas (horário de Brasília), do Centro Espacial da Guiana (CSG), em Kourou.
Em seu primeiro voo, o Ariane 6 transporta 11 microsatélites de universidades, material para realizar experimentos, bem como duas cápsulas de reentrada atmosférica que servirão, no futuro, para levar carga espacial para abastecer as estações espaciais.
De um bunker no centro de lançamento, mais de 200 especialistas monitoraram o foguete até que ele deixasse o solo.
Veja o lançamento
O Ariane 6, que começou a ser desenvolvido em 2014, tem capacidade para colocar satélites geoestacionários em órbita a 36 mil quilômetros de altitude e também constelações de satélites a centenas de quilômetros da Terra.
O foguete passou por vários testes em Terra. “Fizemos tantas linhas do tempo (de lançamento) que parece rotina, exceto que desta vez é de verdade, vai decolar”, disse entusiasmado Franck Saingou, vice-diretor do voo inaugural, antes da decolagem.
Historicamente, quase metade dos primeiros lançamentos de foguetes falharam, como em 1996 com o primeiro Ariane 5, que, no entanto, de um total de 117 lançamentos, falhou apenas duas vezes.
“É um primeiro voo, há uma parte de risco, tentamos minimizá-lo ao máximo, temos confiança”, diz Philippe Baptiste, diretor executivo do Cnes, a agência espacial francesa.
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O sucesso do voo marca o retorno da Europa à corrida espacial internacional, segundo o chefe de transporte espacial da ESA, Toni Tolker-Nielsen.
Desde o último voo do Ariane 5 há um ano, os europeus não haviam conseguido colocar satélites em órbita por seus próprios meios. E desde a invasão da Ucrânia, não têm mais acesso ao veículo de lançamento médio russo Soyuz. Além disso, o foguete Vega-C está em solo desde o final de 2022, após um acidente. /AFP
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