CLEVELAND - Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos, conseguiu descobrir que um novo agente de contraste de imagem por ressonância magnética (IRM) é capaz de detectar o câncer de mama na fase inicial, além de distinguir se o tumor é agressivo ou de lento crescimento, publicou a revista Nature nesta segunda-feira, 25.
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De acordo com o biomédico e principal responsável pelo estudo, Zheng-Rong Lu, o trabalho poderá ajudar os médicos "a encontrar o tratamento adequado" para cada paciente. Após diversos testes com ratos, os pesquisadores descobriram que o agente de contraste a base de gadolínio é também mais eficiente e seguro do que os agentes tradicionais, pois usa uma dose 20 vezes menor e que o corpo elimina mais facilmente.
Para fabricar esse agente novo, Lu e a equipe combinaram o agente de contraste chamado Gd3N@C80, considerado altamente eficiente, com um peptídeo chamado ZD2, desenvolvido em laboratório pelos próprios especialistas. Eles perceberam que frente ao gadolínio empregado em agentes tradicionais, a estrutura do Gd3N@C80 era "diferente", porque os íons do gadolínio ficavam presos em uma molécula de fulereno, que se assemelha a uma bola de futebol.
"Essa jaula evita o contato direto entre o gadolínio e o tecido, e o gadolínio não se solta, evitando qualquer tipo de interação com o tecido", explicou.
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Segundo Lu, a tecnologia fundamental no agente de contraste é o peptídeo encostado.
No experimento, o ZD2 foi aplicado à superfície da molécula de fulereno e, depois disso, o peptídeo detecta especificamente a proteína do câncer EDB-FN. A EDB-FN, que se associa à invasão de um tumor, a metástases e a resistência aos fármacos, se manifesta altamente na matriz que rodeia às células cancerígenas em muitas formas agressivas de câncer, segundo a Nature.
Ao fazer testes com seis ratos, a IRM identificou o câncer de mama em todos os casos.
De acordo com os pesquisadores, o sinal criado pelo acúmulo de moléculas de contraste em três tipos agressivos de câncer de mama era significativamente mais brilhante. Por outro lado, no caso dos cânceres de lento crescimento o sinal permanecia fraco.
Atualmente, a equipe de Lu investiga formas de reduzir o custo da produção desse agente para que se uso se torne atraente para clínicas e hospitais. /EFE
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