Cientistas identificam proteína responsável por alastramento do melanoma

Doença é o tipo mais agressivo de câncer de pele; inibir proteína pode ser um caminho para impedir a metástase

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Proteína pode ser utilizada como um marcador para identificar precocemente a agressividade do melanoma Foto: Suzanne DeChillo/The New York Times

Um grupo internacional de cientistas identificou uma proteína do melanoma - o tipo mais agressivo de câncer de pele - que tem um papel central no processo de alastramento da doença para outros órgãos do corpo. De acordo com a pesquisa, publicada na revista Nature, inibir a proteína pode ser um caminho para impedir a metástase. Além disso, essa proteína pode ser utilizada como um marcador para identificar precocemente a agressividade do melanoma. 

“Nós conseguimos descobrir mecanismos até agora desconhecidos no desenvolvimento do melanoma e identificamos novos marcadores de metástase que foram validados em amostras de pacientes. Esses resultados abrem novas rotas para tratamentos farmacológicos”, disse a líder do grupo internacional que realizou o novo estudo, Marisol Soengas, do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas da Espanha.

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Os cientistas já suspeitavam que, antes de se espalhar, os melanomas “preparavam o terreno” nos órgãos antes de colonizá-los. Acreditava-se que o processo começava com a ativação de vasos linfáticos em torno do tumor, depois nos nódulos linfáticos adjacentes, até chegar aos órgãos mais distantes.

No entanto, experimentos indicavam que havia algum elemento faltando nesse hipótese: a remoção dos nódulos linfáticos próximos do tumor não impedia a metástase e o câncer se espalhava da mesma forma. Para solucionar o mistério, os cientistas desenvolveram um modelo inovador para o estudo do melanoma em animais: camundongos geneticamente modificados que emitem luz quando os vasos linfáticos ligados à metástase são ativados. Com isso foi possível mapear as proteínas secretadas pelo tumor.

“Descobrimos várias proteínas secretadas especificamente por melanomas que se espalham de forma mais agressiva - e focamos em uma delas, chamada MDK, porque ela ainda era desconhecida e poderia representar um alvo terapêutico alternativo”, disse Marisol.

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Depois da descoberta em camundongos, os cientistas mostraram que pacientes humanos com níveis mais altos de MDK em seus nódulos linfáticos têm prognóstico pior. Assim, a proteína pode ser utilizada como um marcador de agressividade do melanoma. Em outro experimento em animais, o estudo também revelou que, ao inibir a expressão de MDK, a metástase também é bloqueada. “Encontramos na MDK uma possível estratégia para o desenvolvimento de futuras drogas.”

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