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Como descoberta de fóssil pode ajudar a explicar evolução dos mamíferos

Pesquisadores encontraram na Escócia animal que viveu há 166 milhões de anos e se desenvolveu de forma mais lenta do que a observada atualmente

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Por Pedro Pannunzio

Pesquisadores encontraram dois fósseis na Escócia que podem fornecer mais respostas sobre a origem e evolução dos mamíferos. O estudo indica que o animal, da espécie Krusatodon kirtlingtonensis, tinha o tamanho de um camundongo e viveu há 166 milhões de anos, durante o período Jurássico.

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A partir da análise dos dentes, por meio de uma tomografia micro computadorizada, os pesquisadores descobriram que um dos fósseis era de um animal adulto, com 7 anos. O outro foi classificado como “jovem” e tinha entre 1 e 2 anos na data de sua morte.

De acordo com os pesquisadores, esse é o primeiro fóssil de um mamífero jovem que viveu no período Jurássico já localizado. Como os dois fósseis eram da mesma espécie, mas de idades diferentes, foi possível realizar uma análise comparativa sobre o crescimento do animal.

Ilustração feita pela artista Maija Karala que projetou as características físicas da espécie Krusatodon kirtlingtonensis. Foto: Reprodução/X: @gsciencelady

“O que é realmente fascinante é que os mamíferos de hoje crescem muito rápido quando são pequenos até atingirem o tamanho de um adulto e depois param de crescer. Entretanto, o que nós descobrimos é que levou muito tempo para que o animal jovem crescesse até o tamanho de um adulto”, disse Elsa Panciroli, autora principal do estudo, em um vídeo divulgado pelo Museu Nacional da Escócia.

“Isso é um padrão completamente diferente do que observamos nos mamíferos de massa corporal semelhante hoje em dia”, concluiu Elsa.

A análise da arcada dentária ainda indicou que o animal jovem passava pelo processo de formação dos dentes, o que pode significar que ele estava prestes a desmamar quando morreu. Esse foi outro ponto que chamou a atenção dos pesquisadores, já que mamíferos de tamanho parecido de hoje realizam o processo de desmame mais cedo. Os camundongos, por exemplo, desmamam entre três a quatros semanas de vida.

Apesar do estudo ter sido publicado neste mês na revista científica Nature, os fósseis foram encontrados há alguns anos. Os ossos do Krusatodon kirtlingtonensis adulto foram encontrados na década de 1970 e o fóssil do jovem animal são um achado de 2016.

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Leia aqui o estudo completo.

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