Droga experimental reduz o peso de camundongos obesos

Com a substância, cientistas conseguiram ativar enzimas capazes de aumentar produção de gordura marrom, que queima lipídios 

PUBLICIDADE

SÃO PAULO - Cientistas da Alemanha testaram uma droga capaz de promover a perda de peso em camundongos obesos, fazendo com que eles queimem o excesso de calorias. De acordo com o estudo, a droga faz com que o animal produza mais gordura marrom, que dissipa a energia em forma de calor. Ao contrário da gordura branca - considerada nociva por acumular energia no corpo, levando à obesidade -, a gordura marrom queima moléculas de lipídios para gerar energia, favorecendo o emagrecimento. 

O estudo, publicado na revista Nature Communications, foi realizado por uma equipe de pesquisadores sob a liderança de Alexander Pfeifer, da Universidade de Bonn. Os cientistas demonstraram, em um experimento com camundongos obesos, que é possível ativar a formação de gordura marrom utilizando a rota de sinalização celular de uma enzima conhecida como guanilato ciclase solúvel (GCs) - um receptor de óxido nítrico presente no organismo.

Droga faz com que o animal produza mais gordura marrom, que dissipa a energia em forma de calor Foto: REUTERS

PUBLICIDADE

Depois de tratar os camundongos com uma droga experimental que estimula a produção de GCs, os cientistas observaram que os animais queimavam mais lipídios. Com isso, o armazenamento de gordura branca foi reduzido e os camundongos emagreceram.

A droga experimental ainda não foi testada em humanos, mas os autores acham que ela é promissora, porque é quimicamente semelhante à droga Riociguat, que foi aprovada recentemente para o tratamento de hipertensão pulmonar. Como o Riociguat já passou por testes clínicos, os pesquisadores acreditam que a droga experimental também pode ter um perfil de segurança favorável.

"A estimulação da GCs levou à redução do peso de camundongos com obesidade induzida pela dieta. A estratégia representa um princípio farmacológico inovador e as drogas estimulantes de GCs são potenciais candidatos para o tratamento da obesidade e de doenças associadas a ela", disse Pfeifer.

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.