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Zika e microcefalia: O mistério de Sergipe

O menor Estado brasileiro tem quase 200 casos de microcefalia, mas nenhum caso de infecção por zika vírus. Como explicar isso? Reportagem especial acompanha o trabalho de pesquisadores paulistas e sergipanos em busca de uma solução para este enigma

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Atualização:

Rafaella Ioshino, bióloga do ICB-USP, observa mosquitos coletados no Bairro Industrial de Aracaju, onde a maioria dos moradores está com sintomas de infecção. Foto: Tiago Queiroz/AE

ARACAJU, SE

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As evidências contra o zika vírus estão se acumulando rapidamente. É praticamente certo que ele está envolvido no surto de microcefalia que se espalha pelo país. Mas será ele o único culpado? Porque só algumas mulheres infectadas pelo vírus têm bebês com microcefalia, e outras não? Há outros fatores de risco que precisam estar presentes, em combinação com o vírus, para permitir que ele cruze a barreira placentária, infecte o cérebro do bebê e corrompa o desenvolvimento de seu sistema nervoso? É possível que sim.

Pesquisadores ligados à Rede Zika da Fapesp, em São Paulo, encontraram um "laboratório" ideal para investigar essas questões: Sergipe. O menor Estado da federação brasileira abriga uma das maiores incógnitas relacionadas a essa epidemia: Proporcionalmente ao tamanho de sua população (2,2 milhões de pessoas), Sergipe tem o maior número de casos de microcefalia do País (192); mas nenhum caso confirmado de infecção por zika até agora.

Veja o vídeo da reportagem aqui, na TV Estadão: http://goo.gl/8zHP3m

 Foto: Estadão

Isso não significa que o vírus não esteja circulando por lá (mais amostras precisam ser analisadas para ter certeza), mas o fato de ele ainda não ter sido encontrado faz de Sergipe o lugar ideal para investigar essa relação. Se há mesmo outros fatores envolvidos nessa relação zika-microcefalia, Sergipe é um bom lugar para identificá-los. "É provável que desse Estado saiam dados cruciais para entender essa doença", diz o virologista Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo, coordenador da Rede Zika.

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Na semana retrasada, eu e o repórter fotográfico Tiago Queiroz tivemos a oportunidade de acompanhar, com exclusividade, o trabalho de um grupo de pesquisadores da rede em Sergipe, ligados à USP e ao Instituto Butantan. Em parceria com cientistas, médicos e agentes de saúde locais, eles coletaram amostras de mosquitos, sangue, urina e saliva de pessoas com sintomas de infecção, para identificar quais vírus estão circulando no Estado e quais são as complicações de saúde associadas a eles.

A reportagem completa pode ser lida aqui: http://goo.gl/LZziiQ

Muito mais do que uma notícia, é uma história das dificuldades logísticas, científicas e emocionais que pesquisadores enfrentam dentro e fora do laboratório para entender o que se passa, de fato, nessa epidemia que aterroriza o Brasil.

Boa leitura.

Cliomar Alves dos Santos, gerente de imunologia e biologia molecular do Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) de Aracaju, prepara amostras para análise. Foto: Herton Escobar/Estadão

O virologista Paolo Zanotto, e o infectologista Daniel Ferreira de Lima Neto, ambos do ICB-USP, conversam sobre o andamento das pesquisas no Laboratório Central de Sáude Pública (Lacen) de Aracaju. Foto: Herton Escobar/Estadão

A imunologista Alessandra Schanoski, do Instituto Butantan, processa amostras de sangue de pessoas com suspeita de zika em Sergipe. As amostras serão analisadas para a presença do vírus. Foto: Herton Escobar/Estadão

 

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