Maior que Júpiter e com densidade de algodão doce: qual é o segundo planeta mais leve do universo?

Chamado de WASP-193b, o objeto celeste orbita uma estrela distante na Via Láctea

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Foto do author Ramana Rech

Um estudo descobriu que o segundo planeta leve mais leve do universo é maior que Júpiter. Chamado de WASP-193b, o objeto celeste orbita uma estrela distante na Via Láctea, galáxia da Terra.

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Embora seja 50% maior do que Júpiter, o planeta tem apenas um décimo da densidade do gigante gasoso. Ele pesa 0,059 gramas para cada centímetro cúbico, quase o mesmo que um algodão doce. O WASP-193b só não é mais leve do que um planeta menor chamado Kepler 51d, que se parece com Netuno.

Os dados obtidos fazem do WASP-193b um caso à parte entre os 5.400 planetas conhecidos nos dias de hoje. Não é possível explicar a formação do planeta a partir dos modelos de evolução clássicos.

Ao redor de uma estrela na Via Láctea, orbita um planeta maior que Júpiter, mas com a densidade de apenas um décimo do gigante gasoso Foto: MIT News/K. Ivanov

“Tem uma classe de planetas chamada de Júpiteres fofos que tem sido um mistério por 15 anos a respeito do que eles são. E esse é um caso extremo da categoria”, explica o pós-doutorando do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), Khalid Barkaoui, que liderou o estudo.

O planeta foi flagrado inicialmente pela colaboração internacional de instituição acadêmicas Pesquisa por Planetas em Ângulo Amplo (WASP, da sigla em inglês Wide Angle Search for Planets).

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Juntas, as instituições operam dois observatórios robóticos que usam um conjunto de câmeras capazes de capturar grandes ângulos com o intuito de medir brilho de estrelas. Os resultados do estudo do planeta WASP-139b foram publicados na revista Nature Astronomy e conta com autores do MIT, da Universidade de Liège e outras instituições.

Em pesquisas entre 2006 e 2008 e de novo entre 2011 e 2012, o WASP detectou que a estrela WASP-193, a 1232 anos-luz da Terra, tinha apagões. Eles determinaram que esses eventos estavam relacionados com um planeta circulando a estrela e bloqueando a luz a cada 6,2 dias.

Por ser muito leve, calcular a massa do WASP-193b não foi tarefa fácil. Os pesquisadores levaram quatro anos para reunir dados sobre a massa do planeta. Como os resultados eram difíceis de acreditar, repetiram o processo várias vezes para ter certeza de que haviam chegado a um número correto.

Atmosfera composta por gases leves

“O planeta é tão leve que é difícil pensar em um material em estado sólido análogo”, ressalta Barkaoui. Assim como o algodão doce, no WASP-193b predominam mais gases leves do que sólidos.

  • Os astrônomos suspeitam que o novo planeta é composto principalmente por hidrogênio e hélio, como a maioria dos gigantes gasosos da Via Láctea. No caso, do WASP-193b, esses gases podem ter expandido a atmosfera por milhares de quilômetros a mais do que em Júpiter.

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Na visão da equipe, WASP-193b é um candidato ideal para um estudo subsequente com o super Telescópio James Webb. Quanto maior a atmosfera de um planeta, mais luz consegue entrar, o que torna o um candidato ideal para estudar efeitos atmosféricos.

Leia o estudo completo na Nature astronomy.

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