O Josephoartigasia monesi, o maior roedor conhecido e que viveu há três milhões de anos, tinha uma mandíbula com dentes frontais muito grandes e a força da de um tigre. A espécie tinha o tamanho de um búfalo e pesava cerca de uma tonelada, segundo revela um estudo divulgado nesta quarta-feira, 4, no Reino Unido.
Uma equipe de pesquisadores britânicos e uruguaios analisou as características de um crânio do animal descoberto no Uruguai em 2007 e, a partir de simulações de computador, estabeleceu em 1.400 Newton a força de sua mordida.
Os resultados da análise, publicada na revista "Journal of Anatomy", sugerem que seguramente o roedor utilizava esses dentes de 30 centímetros no solo para comer e desenterrar alimentos ou se defender, como fazem os elefantes.
Segundo o estudo, ainda que a força da mordida do animal fosse equivalente à de um tigre, seus largos incisivos podiam suportar pressões três vezes maiores.
Na época em que viveu na América do Sul, entre dois e quatro milhões de anos atrás, proliferavam os mamíferos de grande tamanho, como os primeiros mamutes.
Para analisar como funcionava a mandíbula do maior roedor conhecido, os cientistas fizeram um raio X do crânio incompleto encontrado no Uruguai e o reconstruíram pelo computador. Depois, mediram a força da mandíbula com um programa que avalia as pressões e alongamento em objetos complexos.
"Chegamos à conclusão de que o Josephoartigasia monesi devia utilizar seus incisivos para outras atividades além de morder, como escavar para buscar alimentos ou para se defender dos predadores", disse o diretor do estudo, Philip Cox, anatomista na universidade inglesa de York.
"Isso seria similar a como um elefante moderno emprega suas presas", acrescentou.
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