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Mamute congelado pode solucionar o mistério da extinção

Carcaça de jovem animal congelado ajudará a entender a mudança climática ao longo dos séculos

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Por AP
Atualização:

A descoberta da carcaça congelada de um bebê mamute de aproximadamente 37.500 anos traz uma nova esperança para cientistas do mundo todo. A expectativa é de que, após testes no Japão, finalmente seja possíevl explicar por que a espécie foi levada à extinção, e a possível relação entre o fim dos mamutes e as mudanças climáticas que atingiram o mundo. Segundo os primeiros estudos, o filhote permaneceu congelado durante cerca de 10 mil anos, até ser descoberto por um agricultor, em maio de 2007, perto do rio Yuribei, na Sibéria.Trata-se de uma fêmea de 1,3 metro de altura e 50 quilos, que surpreende pelo fantástico estado de conservação, ao ponto de os olhos, tromba e alguns pêlos permanecerem intactos. O exemplar será enviado para o Japão, para estudos científicos. Cientistas acreditam que mamutes viveram entre 4,8 milhões de anos atrás e 4 mil anos antes de Cristo. Há anos, pesquisadores debatem a relação de sua extinção com as mudanças climáticas vividas pelo mundo. "Isto é o que todos esperávamos: a chance de explicar tudo sobre os mamutes", disse o professor Naoki Suzuki, da Universidade Jikei de Medicina, que está conduzindo a primeira parte do estudo internacional da estrutura da carcaça. "Nossas descobertas serão um grande avanço para desvendar o mistério da extinção", disse Suzuki numa entrevista coletiva, em Tóquio. Cientistas esperam analisar os dados 3-D da carcaça para melhor entender a estrutura e os órgãos internos do mamute, e identificar a causa da morte do jovem animal. Também serão estudadas amostras de ar contidas no pulmão do bebê mamute, para que se possa compreender como era atmosfera terrestre na Era do Gelo. O mamute congelado já instigou o interesse global. Cientistas do Japão, dos Estados Unidos, Canadá, Rússia e outros países europeus se candidataram para participar da pesquisa. Espera-se que os resultados preliminares sejam divulgados em outubro. "Esta descoberta é um momento histórico", disse Bernard Buigues, vice-presidente da base de Genebra do International Mammoth Committee. "As pesquisas poderão nos dizer por que essa espécie não sobreviveu... E isso iluminará o destino da humanidade."

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