A Índia pousou uma espaçonave robótica na Lua nesta quarta-feira, 23, um feito que ocorreu poucos dias depois de um veículo russo colidir com a superfície após disparar seus propulsores por muito tempo. A espaçonave da Índia, sem nenhum astronauta a bordo, pousou perto do polo sul da Lua, uma área que várias nações cobiçam porque contém água na forma de gelo em crateras permanentemente sombreadas.
O pouso bem-sucedido da missão Chandrayaan-3 foi um triunfo para um país com ambições crescentes no espaço e foi aplaudido por toda a nação de 1,4 bilhão de pessoas. Em 2019, uma missão semelhante falhou no último minuto devido a um problema de software. Mas a missão colocou com sucesso uma nave espacial em órbita ao redor do lua e mapeou a superfície lunar nos anos seguintes.
“A Índia está na Lua”, declarou S. Somanath, chefe da Organização de Pesquisa Espacial da Índia. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, assistiu ao feito enquanto agitava uma bandeira indiana. A missão é uma das várias destinadas à superfície lunar. O Japão está programado para lançar uma pequena nave espacial para a Lua no final desta semana para testar sua capacidade de pousar com precisão, uma capacidade que beneficiaria missões futuras.
E no final deste ano, duas empresas americanas privadas, trabalhando sob contrato com a Nasa, também estão programadas para levar espaçonaves robóticas à superfície lunar como parte do programa Artemis da agência espacial. A Nasa pretende devolver os humanos à Lua pela primeira vez desde a última missão Apollo em 1972.
O objetivo desta vez é estabelecer uma presença duradoura dentro e ao redor do satélite natural e usar os recursos para ajudar a sustentar a vida humana. A Nasa também pretende montar uma pequena estação espacial, chamada Gateway, em torno da Lua para apoiar o esforço.
Modi procurou reforçar a agência espacial como um símbolo da estatura do país no cenário global. O seu programa espacial é usado como forma de impulsionar a economia e o crescente setor tecnológico, dizem analistas. Também procurou acompanhar a China, que tem grandes ambições no espaço e já aterrissou em solo lunar.
A Índia também ampliou suas capacidades espaciais militares. Em 2019, o país atingiu um satélite com um míssil, demonstrando sua capacidade de acertar os ativos espaciais dos adversários.
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Ao contrário de rivais como a China e a Rússia, a Índia se aliou aos Estados Unidos ao assinar um acordo sobre exploração espacial, conhecido como Acordo de Artemis, uma estrutura legal que rege a atividade no espaço.
Até agora, quase 30 países assinaram, permitindo-lhes fazer parceria com os EUA em missões espaciais e obrigando-os a aderir a um conjunto de regras, como compartilhar descobertas científicas publicamente e criar “zonas de segurança” onde as nações poderiam trabalhar sem perturbações na superfície lunar.
Durante uma cerimônia de assinatura em junho, Taranjit Singh Sandhu, o embaixador da Índia nos Estados Unidos, disse que: “A Índia é uma potência espacial responsável e dá a maior importância ao uso pacífico e sustentável do espaço sideral. Estamos confiantes de que os Acordos de Artemis promoverão uma abordagem baseada em regras para o espaço sideral.”
Após o fracasso no pouso de 2019, Modi destacou que o país não desistiria. “Chegamos muito perto”, disse. “Nossa determinação para chegar ao solo lunar se tornou ainda mais forte.”
A ideia de água perto do polo sul lunar intrigou cientistas e agências espaciais de todo o mundo, que estão ansiosos para explorá-la. A água é vital para a sobrevivência humana e seria um componente importante para qualquer assentamento lunar. Mas dividido em suas partes componentes, hidrogênio e oxigênio, também poderia ser usado como combustível de foguete.
Engenheiros da Organização de Pesquisa Espacial da Índia, a agência espacial do país, trabalharam para fazer um projeto mais robusto para o voo Chandrayaan-3. Ele foi lançado em 14 de julho e voou para a órbita lunar sem problemas. “A missão está dentro do cronograma”, tuitou a agência na terça-feira. “Os sistemas estão passando por verificações regulares. A navegação tranquila continua.”
A Índia pretende implantar um veículo espacial na superfície lunar que estudará a composição do solo e das rochas lunares. Ao todo, a missão está prevista para durar cerca de 14 dias. /THE WASHINGTON POST
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