O diretor da Nasa, Bill Nelson, anunciou em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 14, que a agência espacial americana terá, a partir de agora, um diretor especificamente para a área de fenômenos anômalos não identificados (UAP, na sigla em inglês). Daniel Evans vai ocupar este cargo. Fenômenos anômalos incluem UFOs (Objetos Voadores não Identificados, Óvnis).
A Nasa define UAP como observações de eventos no céu que não podem ser identificados como aeronaves ou fenômenos naturais conhecidos do ponto de vista científico. “Hoje, há um número limitado de observações de alta qualidade de ÓVNIs, o que torna impossível tirar conclusões científicas firmes sobre sua natureza”, diz a agência.
Segundo Nelson, os relatos disponíveis de avistamentos de UAP ou mesmo de Óvnis não têm o rigor científico necessário, nem dados suficientes para que se possa fazer estudos ou tirar conclusões sobre sua origem. A grande maioria acaba se revelando terrestre, como balões, eventos climáticos, aviões.
Mas, de acordo com ele, nos casos em que for necessário e houver dados confiáveis, o fenômeno poderá ser estudado mais a fundo, com rigor científico. Nelson ainda afirmou que a inteligência artificial e outros avanços tecnológicos serão importantes para identificar e descrever eventos astronômicos fora do padrão
O objetivo da nova diretoria será exatamente trazer mais critérios científicos para a análise dos fenômenos e transparência na divulgação. A Nasa anunciou uma parceria com pilotos comerciais e militares para a coleta de dados de boa qualidade científica. “Vamos mudar a conversa de sensacionalismo para a ciência”, disse Nelson.
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Um relatório de 33 páginas sobre os fenômenos anômalos também foi apresentado na coletiva. A conclusão é que não há dados que indiquem que os fenômenos tenham origem extraterrestre, mas a hipótese também não pode ser descartada.
Nos últimos meses, os Estados Unidos lançaram um site sobre avistamentos de óvnis e até fizeram audiência no Congresso sobre supostos encobrimentos de ‘naves intactas’. Na coletiva, Nelson negou falta de transparência da Casa Branca para tratar do assunto.
No México, a Câmara dos Deputados realizou na terça-feira, 12, a primeira audiência pública para a Regulação de Fenômenos Anômalos Não Identificados. Lá, o ufólogo Jaime Maussan pediu, junto de outros especialistas, aos legisladores que reconheçam a vida extraterrestre no país e mostrou dois supostos corpos de alienígenas. Mas, conforme cientistas, os supostos cadáveres são uma fraude.
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