Dá para fazer negócio na Lua? Há algum tempo, a Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) tem estudado oportunidades comerciais no espaço e agora isso pode estar mais próximo de se concretizar. Segundo a Reuters, a Nasa pretende escavar o solo lunar já em 2032 para extrair ferro, terras raras e possivelmente oxigênio.
As informações foram divulgadas por Gerald Sanders, cientista de foguetes do Centro Espacial Johnston da Nasa, e Samuel Webster, diretor assistente da Agência Espacial Australiana, em uma conferência de mineração em Brisbane, na qual a Reuters participou.
De acordo com Sanders, a agência estadunidense está em processo de quantificação dos recursos potenciais – energia, água e recursos minerais do solo lunar – e pretende atrair investimentos comerciais. Com isso, seria possível cortar custos e desenvolver uma economia circular sobre as pesquisas científicas no espaço.
Os possíveis investidores seriam empresas de foguetes comerciais, pois elas poderiam utilizar recursos da Lua, como combustível ou oxigênio, em suas missões. “Estamos tentando investir na fase de exploração, entender os recursos para (diminuir) o risco, de modo que o investimento externo faça sentido e possa levar ao desenvolvimento e à produção”, disse Sanders.
O processo ainda está no começo. Mas a Nasa já pretende enviar uma plataforma de perfuração à Lua como teste em breve e, em 2026, um rover explorador desenvolvido em conjunto com a agência australiana deve ser utilizado em uma missão.
Esse rover, que já está sendo desenvolvido, é semiautônomo e capaz de coletar amostras de regolito (camada solta do material que cobre uma rocha sólida) do solo lunar. A ideia é que ele demonstre qual porção de solo lunar contém oxigênio na forma de óxidos para que, posteriormente, ele possa ser extraído.
“Este é um passo fundamental para estabelecer uma presença humana sustentável na Lua, bem como apoiar futuras missões a Marte”, disse Webster na conferência. A Nasa planeja levar pessoas novamente à Lua em 2025, como parte da missão Artemis. A missão deve servir de base para uma futura viagem à Marte.
Em 2032, o objetivo é que a mineração já esteja acontecendo em larga escala, com uma planta piloto de processamento, potencializando ainda mais a captação de recursos financeiros da Nasa para novas missões.
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