Desde que o Prêmio Nobel teve início, em 1901, seguindo as diretrizes deixadas no testamento do químico e inventor sueco Alfred Nobel (1833-1896), 113 prêmios de Fisiologia e Medicina já foram concedidos para um total de 225 pessoas (alguns prêmios são compartilhados por dois ou três cientistas).
No ano passado, o grande vencedor foi o geneticista sueco Svante Paabo, responsável pelo sequenciamento do DNA dos Neandertais – espécie extinta de hominídeos. Paabo também foi o responsável pela descoberta de uma nova espécie de hominídeo, os Denisovan.
E, o mais importante, o geneticista demonstrou como esses hominídeos atualmente extintos se relacionaram com o Homo sapiens há cerca de 70 mil anos, quando nossos antepassados começaram a deixar a África para conquistar o restante do planeta, nos legando parte de seu código genético.
Uma curiosidade sobre Paabo: ele é filho do bioquímico sueco Sune Bergstorm (1916-2004), ganhador do Nobel de Fisiologia e Medicina em 1982 – exatos quarenta anos antes de seu filho ser agraciado com o mesmo prêmio. Bergstsorm foi laureado junto com outros dois cientistas por suas descobertas sobre as prostaglandinas – compostos lipídicos com efeitos similares aos dos hormônios.
Em mais de um século de premiação, dos 225 agraciados com o Nobel de Medicina, só 12 eram mulheres. A primeira delas em 1947, a americana Gerty Cori, que dividiu o prêmio com dois homens. Um deles era seu marido, Carl Ferdinand Cori, com quem desenvolveu pesquisas essenciais para a melhor compreensão da diabetes.
A única mulher a conquistar a láurea sem compartilhá-la com outros cientistas nesta categoria foi Barbara McClintock, em 1983, por suas descobertas sobre os chamados “genes saltadores”, que transitam no genoma e são capazes de se mover e se replicar em segmentos do DNA.
O Prêmio Nobel de Medicina deste ano será anunciado nesta segunda-feira, as 6h30 da manhã, no horário de Brasília. A grande aposta é que alguma descoberta relacionada ao coronavírus e à pandemia de covid-19 seja finalmente premiada.
Além da medalha e do diploma, o laureado leva para casa uma quantia substancial em dinheiro, 11 milhões de coroas suecas (em torno de R$ 4,8 milhões).
Confira os vencedores dos últimos cinco anos:
2022 - Paleogenética
No ano passado, o grande vencedor foi o geneticista sueco Svante Paabo, responsável pelo sequenciamento do DNA dos Neandertais – espécie extinta de hominídeos. Paabo também foi o responsável pela descoberta de uma nova espécie de hominídeo, os Denisovan. E, o mais importante, o geneticista demonstrou como esses hominídeos atualmente extintos se relacionaram com o Homo sapiens há cerca de 70 mil anos, quando nossos antepassados começaram a deixar a África para conquistar o restante do planeta, nos legando parte de seu código genético. Com seu trabalho, Paabo acabou criando um novo campo de estudo: a paleogenética
2021 - Neurociência
Os neurocientistas David Julius e Ardem Patapoutian levaram o Nobel de Medicina de 2021. As pesquisas deles investigaram como a pressão e a temperatura são transmitidas em impulsos nervosos, descobrindo genes que codificam receptores de estímulos. As evidências são importantes para embasar a criação de tratamento para várias doenças relacionadas à percepção sensorial.
2020 - Hepatite C
Os cientistas Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice foram laureados com o Nobel de Medicina 2020 pelo trabalho na identificação do vírus da hepatite C, que causa cirrose e câncer de fígado. A descoberta tornou possíveis exames de sangue para detectar a doença e medicamentos para curá-la, além de revelar a causa de casos de hepatite crônica que ainda não tinham explicação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 71 milhões de pessoas em todo o mundo têm o vírus.
2019 - Oxigenação Celular
Gregg Semenza, Peter Ratcliffe e William Kaelin foram laureados com o Nobel de Medicina 2019 pela descoberta sobre a adaptação das células à disponibilidade de oxigênio no ambiente, a resposta hipóxica. As pesquisas entenderam como a quantidade de oxigênio disponível é capaz de controlar a produção de células vermelhas, que por sua vez são responsáveis pelo transporte desse gás. As descobertas foram feitas nos anos 1990 e hoje são aplicadas em tratamentos contra anemia e pesquisas que buscam desenvolver tratamentos para o câncer.
2018 - Imunoterapia
Os pesquisadores James P Allison e Tasuku Honju foram os vencedores do Nobel de Medicina de 2018 por suas descobertas que trouxeram avanço no combate ao câncer. A dupla foi responsável por pesquisas que indicaram que as células imunológicas do corpo poderiam ser usadas no combate às células cancerígenas, o que os torna pioneiros da imunoterapia, um tipo de tratamento contra o câncer.
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