Os ganhos do ócio para a criatividade e como alcançar isso, segundo a ciência

Especialistas dão dicas para desenvolver a criatividade e desfrutar de momentos de ócio - que já se mostraram benéficas ao cérebro

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Por Redação
Atualização:

Em uma realidade de rotinas corridas e de culto à produtividade, com pouco tempo para “fazer nada”, o ócio parece algo distante para a maioria das pessoas. Mas a ciência já provou que para ser mais criativo é preciso de períodos de pausa.

Ao “não fazer nada”, fechar os olhos, ficar tranquilo e deixar rolar os pensamentos, a atividade cerebral favorece a criatividade, explica o neurocientista Roberto Lent é pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or.

“Pessoas criativas, em geral, não são agitadas na maior parte do tempo, mas as que têm momentos de isolamento, tranquilidade, reflexão. Isso está bem estabelecido na neurociência: diferentes regiões do cérebro “conversam” quando não estamos fazendo nada e isso tem valor grande na criatividade, mesmo sem nos darmos conta. Mais adiante, nos lembraremos da ideia que apareceu naquele momento de relaxamento. É o chamado clique criativo”, acrescentou ele, em entrevista ao Estadão em outubro.

A ciência mostra que desfrutar de momentos "sem fazer nada" estimula a criatividade e faz bem para o cérebro. Foto: olezzo/Adobe .Stock

Estudos mostram que a criatividade é resultado da interação entre um área do cérebro chamada rede neural padrão com outra denominada córtex pré-frontal. A neural padrão fica mais ativa em momentos que o cérebro está em repouso e menos focado no mundo exterior, mas continua em vigília, afirma Antônio Jaeger, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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“Como quando estamos pensando de forma distraída no que fizemos mais cedo, no que vamos fazer mais tarde, no que vamos jantar e em várias outras memórias”, descreve.

Estudo de 2019 feito por um pesquisador da Universidade da Califórnia (EUA) com 98 escritores profissionais e 87 físicos mostrou que 20% dos pensamentos mais significativos desses profissionais surgiram enquanto faziam outra coisa – como lavar louça ou tomar banho.

E como alcançar esse ócio, com tantos estímulos a todo momento, e estimular a criatividade?

Largar o celular

  • Um ponto importante é silenciar ou tirar o celular de perto em alguns momentos do dia, segundo o neurocientista.
  • O foco atencional é destruído pelas tecnologias digitais - uma lei aprovada pelo Congresso proibiu o uso do telefone em sala de aula com o objetivo de reduzir os prejuízos educacionais.

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Atividade física

  • Estudos mostram que durante o exercício, há uma “inundação” de sangue, oxigênio e nutrientes extras no cérebro, podendo estimular a criatividade, a inovação e ao bom humor.
  • Em estudos com roedores, os animais que se exercitam regularmente produzem muito mais células cerebrais novas do que seus colegas sedentários e têm melhor desempenho em testes de raciocínio, mesmo quando são mais idosos.
  • Nas pessoas, o exercício tende a aguçar nossa capacidade de raciocinar e lembrar e anima nosso humor.

Inspiração e criatividade

  • Buscar inspirações pode ajudar com o bloqueio criativo. Pode ser por meio de músicas, livros, filmes, pinturas, peças de teatro ou um ambiente leve e agradável, por exemplo.
  • Ser curioso também é fundamental. É a partir da curiosidade que certos questionamentos aparecem, novas descobertas são feitas, outras informações são absorvidas e uma bagagem de ensinamentos é criada.

Hobbies

  • Atividades como pintura, desenho, música, dança, escrita e fotografia podem despertar o potencial criativo de cada pessoa.

Sono

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