País vive 'reetnização' indígena

Mais pessoas que antes se declaravam de etnias diferentes passaram a se classificar como índios

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Por Redação
Atualização:

O levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a população de índios brasileiros divulgado nesta quarta-feira, 18, mostra que houve um aumento de 11,4% (84 mil) no total de pessoas que se autodeclararam indígenas nos últimos dez anos.

 

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Apesar do aumento ter sido menos significativo que na década anterior (no período 1991/2000, o crescimento foi de aproximadamente 150%, ou 440 mil pessoas), mais pessoas que antes se declaravam de uma etnia diferente passaram a se classificar como indígenas ao longo dos últimos anos. Tal fato, diz o IBGE, caracteriza um fenômeno conhecido como etnogênese ou reetinização.

 

De acordo com o estudo, trata-se de "povos indígenas reassumindo e recriando as suas tradições, após terem sido forçados a esconder e a negar suas identidades tribais como estratégia de sobrevivência, seja por pressões políticas, econômicas e religiosas, ou por terem sido despojados de suas terras e estigmatizados em função dos seus costumes tradicionais".

 

Estados

 

Os resultados do Censo 2010 revelaram, em relação a 2000, um ritmo de crescimento anual de 1,1% para a população indígena. Na área urbana, o incremento foi negativo, correspondendo a uma redução de 68 mil pessoas, a maioria proveniente da região Sudeste. As pessoas que deixaram de se classificar como indígenas na área urbana podem não ter afinidade com seu povo de origem.

 

Quanto aos Estados, o Amazonas é o que tem o maior número de indígenas - 168,6 mil, representando 20,6% do total nacional. Mato Grosso do Sul (73,3 mil), Bahia (56,3 mil), Pernambuco (53,2 mil) e Roraima (49,6 mil) completam a lista de cinco Estados com mais índios. São Paulo é o 7º da lista com 41,8 mil índios, que respondem por 5,1% do total nacional. 

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