No filme Perdido em Marte, o personagem Mark Watney, interpretado por Matt Damon, encontrou uma maneira de produzir batatas no Planeta Vermelho para conseguir sobreviver, depois de ter sido dado como morto e deixado para trás. O que parecia apenas uma obra de ficção, está mais perto de se tornar realidade.
A plantação de um alimento ainda não está radar, mas um grupo de pesquisadores de universidades chinesas descobriu uma espécie de planta que, possivelmente, pode se desenvolver em Marte. A Syntrichia caninervis é um tipo de musgo do deserto que cresce em locais montanhosos da Antártida, Tibete, Oriente Médio e Cordilheira Pamir, no Tajiquistão. Por conta de suas características, poderia ser cultivada no planeta vizinho, apontam os estudiosos.
No estudo, os pesquisadores conduziram testes em baixíssimas temperaturas, alta exposição à radiação, além de mais condições adversas, em um esforço para observar qual seria a reação do musgo em um ambiente similar ao que seria encontrado em Marte.
“As revelações obtidas em nosso estudo estabelecem a base para a colonização do espaço sideral usando plantas naturalmente selecionadas e adaptadas a condições extremas de estresse”, diz o artigo publicado nesta segunda-feira, 1º, pela revista científica The Innovation.
O estudo revelou que a espécie estudada não apenas sobreviveu às condições impostas, como conseguiu se regenerar. “Mesmo após perder mais de 98% do seu conteúdo de água celular, ela pode recuperar suas atividades fotossintéticas e fisiológicas em segundos após a reidratação”, dizem os pesquisadores.
O grupo de estudiosos espera, em um segundo momento, que a planta possa ser enviada a Marte, ou até mesmo para a Lua, para que novos testes sejam feitos, a fim de avaliar a possibilidade de desenvolvimento da espécie nesses locais.
Para Stuart McDaniel, que estuda musgos pela Universidade da Flórida, ainda é preciso ter cautela. “Esses experimentos representam um primeiro passo importante, mas não demonstram que o musgo poderia ser uma fonte significativa de oxigênio sob as condições de Marte, nem mostram que o musgo do deserto poderia se reproduzir e proliferar no contexto desse planeta”, disse, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
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