Nobel de Medicina premia descoberta revolucionária na área da Genética

Americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun foram responsáveis por pesquisar o papel do microRNA na regulação gênica; dupla recebe quantia de aproximadamente R$ 5,79 milhões

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Foto do author Roberta Jansen
Atualização:

O Nobel de Medicina de 2024 foi concedido para os cientistas americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun, pela descoberta do microRNA e seu papel na regulação genética, anunciou o Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia nesta segunda-feira, 7. Esse trabalho científico é importante para a compreensão sobre doenças, como o câncer, e o desenvolvimento de remédios.

Victor Ambros e Gary Ruvkun são os ganhadores do Prêmio Nobel 2024 em Medicina. Foto: Reprodução/Instagram/nobelprize_org

A dupla foi responsável por estudos sobre a regulação gênica. Cada célula tem o mesmo número de cromossomos, portanto igual conjunto de genes e de instruções. É justamente a regulação gênica que permite que cada célula ative somente as instruções necessárias e ative o conjunto correto de genes.

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Esses pesquisadores descobriram o microRNA, uma nova classe de pequenas moléculas de RNA - os primeiros resultados de trabalhos nesse sentido foram publicados em 1993. Hoje é sabido que o genoma humano envolve a codificação de mais de mil microRNAs.

Ambros, de 71 anos, é professor de Ciências Naturais da Escola de Medicina da Universidade de Massachussets (EUA). Já Ruvkun, de 72, é docente na área de Genética da Escola Médica de Harvard (EUA).

O prêmio é oferecido aos responsáveis por descobertas de grande importância nas ciências biológicas ou medicina. Além da medalha e do diploma, os laureados levam para casa uma quantia substancial em dinheiro, 11 milhões de coroas suecas (em torno de R$ 5,79 milhões).

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O prêmio de Medicina vem sendo entregue desde 1901, quando a premiação teve início, seguindo as diretrizes deixadas postumamente no testamento do químico e inventor sueco Alfred Nobel (1833-1896).

No ano passado, o Nobel de Fisiologia e Medicina foi para os responsáveis por criar a tecnologia da vacina de mRNA: a bioquímica húngara Katalin Karikó e o imunologista americano Drew Weissman.

As descobertas da dupla, fruto da pesquisa em ciência básica, levaram ao desenvolvimento em tempo recorde de imunizantes contra a covid-19 em 2020. A vacina foi a principal arma da humanidade para frear a maior pandemia do último século, com quase 7 milhões de vítimas em todo o mundo (700 mil delas, no Brasil).

O Prêmio Nobel de Medicina de 2023 foi para os responsáveis por criar a tecnologia da vacina de mRNA: a bioquímica húngara Katalin Karikó e o imunologista americano Drew Weissman. Foto: Reprodução/Instagram/nobelprize_org

A Assembleia do Nobel, que conta com 50 integrantes, é responsável pela seleção dos laureados entre os candidatos indicados pelo Comitê do Nobel de Medicina. Os nomes dos indicados não são divulgados publicamente. O Nobel só premia médicos e cientistas vivos; não há prêmios póstumos.

Entre 1901 e 2023, 114 prêmios de Medicina foram entregues. Em nove ocasiões, o prêmio não foi entregue: 1915, 1916, 1917,1918, 1921, 1925, 1940, 1941 e 1942. Segundo o estatuto da Fundação Nobel, se nenhum dos trabalhos indicados seguir as prerrogativas exigidas, o prêmio pode não ser entregue. Além disso, durante a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial foram entregues menos prêmios.

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Lembrando que o prêmio pode ser entregue a até três indivíduos, entre 1901 e 2023, foram premiados 227 cientistas nesta categoria. Deste total, apenas 13 eram mulheres – já incluída nesta lista a bioquímica húngara Katalin Karikó, uma das laureadas no ano passado.

O mais jovem laureado com o Nobel de Medicina foi Frederick G. Banting, em 1923, aos 31 anos, pela descoberta da insulina. O mais velho foi Peyton Rous, premiado em 1966, quando tinha 87 anos, pela descoberta da existência de vírus capazes de induzir a formação de tumores.

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