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Primeiras amostras de asteroide do espaço profundo da Nasa chegam à Terra; veja fotos

Pedrinhas e poeira entregues neste domingo representam o maior carregamento vindo de além da Lua, e podem nos ajudar a entender como surgiu o Sistema Solar

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Por Redação
Atualização:

As primeiras amostras de asteroides coletadas no espaço profundo da Agência Espacial Americana, Nasa, caíram de paraquedas no deserto de Utah, nos EUA, neste domingo, 24.

Em uma passagem pela Terra, a espaçonave Osiris-Rex liberou a cápsula de amostra a 100 mil quilômetros de distância. A pequena cápsula pousou quatro horas depois em uma área remota de terreno militar, enquanto a nave-mãe partiu em busca de outro asteroide.

O pouso ocorreu três minutos antes do previsto. Autoridades disseram posteriormente que o paraquedas se abriu quatro vezes mais alto do que o previsto, o que levou ao pouso antecipado.

Câmera da Nasa mostra a cápsula carbonizada de cabeça para baixo na areia com o paraquedas desconectado e espalhado nas proximidades, enquanto a equipe de recuperação se aproxima. Foto: Handout/Nasa/AFP

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Os cientistas estimam que a cápsula contenha pelo menos uma xícara de detritos de asteroide rico em carbono conhecido como Bennu, mas não terão certeza até que o recipiente seja aberto. Algumas amostras vazaram e flutuaram quando a espaçonave coletou uma quantidade excessiva e as pedras emperraram a tampa do recipiente durante a coleta há três anos.

O Japão, o único outro país a trazer amostras de asteroides, reuniu cerca de uma colher de chá em duas missões.

Pouso ocorreu três minutos antes do previsto. Foto: Handout/Nasa/AFP

As pedrinhas e poeira entregues neste domingo representam o maior carregamento vindo de além da Lua. Blocos de construção preservados do início do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos, as amostras ajudarão os cientistas a entender melhor como a Terra e a vida se formaram.

A Osiris-Rex, a nave-mãe, decolou em uma missão de US$ 1 bilhão em 2016. Ela chegou a Bennu dois anos depois e, usando um aspirador de pó de haste longa, coletou detritos em 2020.

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As amostras ajudarão os cientistas a entender melhor como a Terra e a vida se formaram Foto: Nasa TV via AP

Recuperação da Nasa em Utah incluiu helicópteros, além de uma sala limpa temporária montada na Faixa de Testes e Treinamento do Departamento de Defesa de Utah. As amostras serão transportadas na segunda-feira, 25, para um novo laboratório no Centro Espacial Johnson da Nasa, em Houston. O prédio já abriga centenas de quilogramas de rochas lunares coletadas pelos astronautas do programa Apollo há mais de meio século.

O cientista líder da missão, Dante Lauretta, da Universidade do Arizona, acompanhará as amostras até o Texas. A abertura do recipiente em Houston nos próximos dias será “o momento da verdade”, dada a incerteza sobre a quantidade dentro dele, disse. A Nasa planeja uma apresentação pública em outubro.

Recuperação da Nasa em Utah incluiu helicópteros. Foto: Rick Bowmer/AP

Bennu

Atualmente orbitando o Sol a 81 milhões de quilômetros da Terra, Bennu tem cerca de um terço de meio quilômetro de largura, aproximadamente do tamanho do Empire State Building, mas com a forma de um pião. Acredita-se que seja um fragmento quebrado de um asteroide muito maior.

Durante uma pesquisa de dois anos, a Osiris-Rex descobriu que Bennu era um amontoado de entulho cheio de pedras e crateras. A superfície estava tão solta que o braço de vácuo da espaçonave afundou cerca de 0,5 metros no asteroide, sugando mais material do que o previsto e emperrando a tampa.

Asteroide Bennu visto da espaçonave OSIRIS-REx. Foto: Nasa/Goddard/University of Arizona/CSA/York/MDA via AP

Essas observações de perto podem ser úteis no final do próximo século. Espera-se que Bennu se aproxime perigosamente da Terra em 2182 - possivelmente perto o suficiente para colidir. Os dados coletados pela Osiris-Rex ajudarão em qualquer esforço de desvio de asteroides, segundo Lauretta.

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