Um grupo de cientistas russos afirma ter descoberto restos do que seria uma nave espacial extraterrestre, caída em 1908 na região de Tunguska, na Sibéria. "Podemos estar próximos da resolução de um dos maiores mistérios da Terra", avaliou Yuri Lavbin, chefe do grupo. O cientista se refere ao que foi batizado pelos astrônomos como Fenômeno Espacial de Tunguska, uma suposta queda de meteoritos ou pedaços de um cometa que causaram um gigantesco incêndio numa floresta da região. A descoberta dos cientistas do Fundo do Fenômeno Espacial de Tunguska foi anunciada na quinta-feira. De acordo com eles, além do material que seria de uma nave espacial, foi achada uma rocha de 50 kg. Os materiais foram enviados à cidade siberiana de Krasnoyarsk. "Desejamos agora que tudo seja analisado cientificamente. Acreditamos firmemente que eles poderão desvendar o mistério que existe em torno da tese da queda de meteoritos, levantada a partir de 1908", disse. Potência de duas mil bombas O fenômeno que deu origem ao mistério ocorreu na manhã de 30 de junho de 1908, quando o que teria sido uma chuva de meteoritos caiu sobre Tunguska. De acordo com alguns cientistas, o impacto da queda causou uma explosão com potência duas mil vezes superior à da bomba atômica de Hiroshima, no Japão, em 1945. Ao se chocar com o solo, vindo de uma altitude de 7,6 quilômetros, o material deixou crateras gigantescas e queimou 2 mil km² de florestas. A primeira das 34 expedições de estudos ao local foi feita em 1927. A área foi toda mapeada. Nenhum vestígio físico de objetos teria sido encontrado. O estudo do material impregnado nas árvores, porém, revelou a presença de cálcio, silicatos, ferro e níquel - compostos químicos presentes em alguns cometas. A constatação deu força à tese de que o fenômeno foi a queda do cometa Encke, que teria espalhado algumas de suas partes em Tunguska. O fato de a região pertencer na época ao fechado regime da então União Soviética também pode ter dificultado, por décadas, a veiculação de descobertas definitivas.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.