A sonda espacial chinesa Chang’e-6 deixou a superfície lunar nesta terça-feira, 4, transportando amostras de rochas e solo colhidas no lado mais distante da Lua, um feito inédito na exploração espacial, de acordo com a agência de comunicação estatal Xinhua, citando a Administração Espacial Nacional da China (CNSA).
A análise das amostras recolhidas permitirá aos cientistas “aprofundar a investigação sobre a formação e a evolução histórica da Lua”, afirmou o porta-voz da missão, Ge Ping, citado pela Xinhua.
O feito marca mais um passo no programa espacial da China, o primeiro país a colocar uma sonda nesta parte da Lua. Os chineses ainda planejam enviar uma missão tripulada ao satélite em 2030.
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A sonda Chang’e-6 pousou no domingo, 2, na Bacia de Aitken, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no sistema solar, localizada na face oculta do satélite, segundo a CNSA.
A sonda, que iniciou uma missão de 53 dias no último dia 3 de maio, estava equipada com um braço robótico para recolher material da superfície e uma broca para recolher amostras no interior.
Bandeira chinesa na Lua
Depois de recolher o material, “uma bandeira nacional chinesa transportada pelo módulo lunar foi desfraldada pela primeira vez no lado mais afastado da Lua”, disse a Xinhua.
O CNSA não especificou como a missão vai continuar, mas, segundo portais especializados, a sonda permanecerá em órbita lunar durante algumas semanas antes de iniciar o seu regresso à Terra, por volta de 25 de junho.
Os cientistas acreditam que esta parte da lua, que nunca é visível da Terra, tem um grande potencial de investigação porque as crateras não estão tão cobertas por antigos fluxos de lava como as do lado mais próximo do planeta.
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Desde que chegou ao poder, o presidente chinês Xi Jinping tem promovido o “sonho espacial” do gigante asiático. Na última década, o país dedicou recursos para reduzir a distância que o separa das duas potências tradicionais neste setor, os Estados Unidos e a Rússia.
Ao longo do percurso, alcançou êxitos, como a construção da estação espacial Tiangong, a aterrissagem de robôs de exploração espacial em Marte e na Lua, e o envio de missões tripuladas para a órbita.
Os EUA, por sua vez, afirmam que o programa aeroespacial chinês esconde objetivos militares e procura estabelecer o domínio da China no espaço.
A última missão Chang’e-6 faz parte de um interesse renovado pela Lua, para onde a China quer enviar astronautas até 2030 e planeja construir uma base espacial. Os Estados Unidos também pretendem levar seres humanos à Lua em 2026 com a missão Artemis 3. /AFP