Uma estrela massiva termina seus dias como uma supernova. Antes disso, algumas passam por um breve estágio chamado Wolf-Rayet (WR) difícil de observar, mas o telescópio espacial James Webb conseguiu fazer isso com detalhes minuciosos. Chamada de WR124, a estrela está localizada a 15 mil anos-luz de distância na constelação de Sagitário, tem 30 vezes massa do Sol, e até agora lançou material equivalente a dez sóis.
O termo “anos-luz” se refere à distância que a luz percorre em um ano, que é aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros.
James Webb capturou uma explosão de cores dourada, rosa e lilás de gás e poeira cósmica. A luz infravermelha do telescópio permite-nos ver o halo (círculo) característico de gás e poeira que enquadra a estrela, mostrando uma estrutura nodosa e um histórico de ejeções episódicas, disse a Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa) em um comunicado.
O telescópio avistou a estrela WR 124 durante suas primeiras observações científicas em junho de 2022. No entanto, a nova imagem divulgada na terça-feira, 14, revela detalhes sem precedentes na luz infravermelha.
Apesar de ser o cenário de morte estelar iminente, os astrônomos também olham para as estrelas Wolf-Rayet em busca de novos começos, pois a poeira cósmica – composta de elementos pesados – se forma nas nebulosas rodopiantes que as cercam, que constituem o universo moderno.
Durante a fase Wolf-Rayet, que dará lugar a uma supernova, a estrela perderá suas camadas externas, dando origem a seus característicos halos de gás e poeira. Mas este é um período muito curto e nem todas as estrelas passam por ele. Normalmente, este é o último passo antes de elas explodirem, transformando-se em supernova. Desta forma, as novas observações são muito valiosas para os astrônomos.
À medida que o gás ejetado se afasta da estrela e esfria, forma-se uma poeira cósmica, que pode sobreviver a uma explosão de supernova. Essa poeira é parte integrante de como o Universo funciona, abrigando estrelas em formação, reunindo-se para ajudar a formar planetas e servindo como plataforma para moléculas, incluindo os blocos de construção da vida na Terra, para se formar e montar.
Apesar das muitas funções essenciais que a poeira desempenha, há mais no universo do que as teorias atuais de sua formação podem explicar.
O telescópio James Webb abre novas possibilidades para estudar os detalhes da poeira cósmica, antes difícil porque não havia informações suficientes sobre suas características, que agora podem ser investigadas com dados reais. /EFE
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