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Abre hoje: ‘Uma conquista da sociedade’, diz presidente do Masp sobre Edifício Pietro Maria Bardi

Novo prédio propõe um diálogo contemporâneo com a construção original, concebido por Lina Bo Bardi

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Foto do author Alice Ferraz
Atualização:
O novo prédio do Masp, à direita do prédio principal Foto: Leonardo Finotti

“Esse prédio é uma conquista da sociedade como um todo“ reflete Heitor Martins, presidente do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, sobre a nova unidade que abre ao público nesta sexta-feira (28). “A inauguração de um prédio como esse é um exemplo de cidadania e, sem dúvida nenhuma, um voto de confiança no nosso país e no futuro”, completa Martins.

Vizinho à construção de 1968 de Lina Bo Bardi, o Edifício Pietro Maria Bardi, que leva o nome do primeiro diretor do museu e marido da arquiteta, soma mais de 7.800 metros quadrados em seus 14 andares. “Esse prédio é muito ousado”, avalia o diretor de experiência e comunicação do MASP, Paulo Vicelli, em entrevista à coluna. “Como construir algo ao lado de um edifício icônico, mas ao mesmo tempo complementar a esse edifício?”, questiona, explicando que para isso o novo prédio referencia a arquitetura de Lina, com detalhes como o piso de basalto, usado na unidade histórica. “Os arquitetos foram muito sensíveis. Tem homenagens muito bonitas. É um prédio que agrega muito para o edifício histórico”, observa Vicelli sobre a obra do escritório METRO Arquitetos Associados.

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O anexo amplia a capacidade de exposição do MASP em 66%, conquista importante já que o museu só conseguia exibir 1% de seu acervo. “Pensamos que seria interessante abrir aqui olhando para o acervo completo, que já não é visto em conjunto há mais de 5 anos”, diz o diretor artístico do MASP, Adriano Pedrosa. O novo prédio carrega espaça para eventos, uma sala do MASP Escola e um laboratório de conservação aberto para o público — “uma vitrine para ver a mágica acontecendo” como descreve o diretor de experiência, Paulo Vicelli.

A nova unidade foi construída por meio R$ 250 milhões originários de doações de pessoas físicas e de uso de leis de incentivo, representando a maior operação da filantropia brasileira. Um dos patronos, Alfredo Setubal, CEO do Itausa, classificou como “um dia histórico” ao visitar o prédio na última terça-feira, em evento para os apoiadores do projeto. “É muito emocionante para nós que vivenciamos isso nos últimos 11 anos”, declarou.

A inauguração do anexo é acompanhada pela abertura de 5 exposições, incluindo uma sobre o francês Pierre-Auguste Renoir, que traz a famosa pintura Rosa e Azul e outros 11 quadros do pintor, além de uma escultura.

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Uma das mostra celebra a matriarca do prédio histórico: Lina Bo Bardi — um maravilhoso emaranhado de Sir Isaac Julien, um dos mais importantes e influentes artistas britânicos nos campos da instalação e do cinema. Em uma das salas, o artista exibe uma videoinstalação que celebra a trajetória da arquiteta. “É um milagre que tenhamos conseguido trazer o projeto para casa, para São Paulo, para o Brasil, que é onde ele se originou”, disse Julien à coluna. As atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro interpretam Lina jovem e madura na obra, gravada no edifício histórico do MASP, homenageado agora na unidade contemporânea.