A arte do movimento em foco

Programa aposta na renovação por meio da exibição e discussão de obras

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Quais são os pensamentos contemporâneos da dança e quem os promove? Para onde estão indo os interesses da nova geração de bailarinos e coreógrafos e para onde se moveu o questionamento daqueles que decidiram mudar sua área de atuação? E o público, como se insere nisso? Perguntas que concernem a todas as esferas da realização da arte em movimento e vão gerar, amanhã e quarta a partir das 21 horas, um projeto idealizado há oito anos pelo programador Marcos Villas Boas, do Sesc Pompeia. Intitulado Primeiro Passo, o programa vai dar espaço tanto aos novos criadores, para que possam mostrar sua pesquisa, como aos profissionais mais experientes, que decidiram explorar caminhos diferentes aos que estavam acostumados. A proposta é muito parecida com o bem-sucedido projeto Prata da Casa, criado há dez anos com a intenção de vasculhar e contemplar talentos recém-descobertos da música brasileira. Para garimpar os pensamentos mais interessantes de artistas de todo o Brasil, que continuam sua luta incessante por um espaço para se apresentar, Villas Boas convidou a crítica do Estado Helena Katz para a assessoria e mediação dos bate-papos que vão acontecer após as apresentações do dia. "Não necessariamente os trabalhos serão inéditos. O objetivo é colocar em contato com o público os pensamentos sobre dança que estão sendo gestados e para onde apontam", diz Helena. A primeira edição vai durar cerca de sete meses: durante dois dias de cada mês, e até novembro, seis trabalhos de bailarinos e coreógrafos de todas as regiões brasileiras serão exibidos e discutidos com convidados. "Fica a cargo dos artistas selecionados o convite para algum profissional que vá aprofundar o olhar sobre cada obra. Pode ser alguém da dança, das artes visuais, intelectuais, críticos. A intenção do projeto é que nada seja impositivo." A coreógrafa e bailarina Ana Teixeira, atual diretora artística assistente do Balé da Cidade de São Paulo, vai emprestar seu olhar atento, amanhã, à análise dos projetos de pesquisa intitulados Primeira Era Depois, de Joana Ferraz e Juliana Ferreira, Tentativa de Salvar o Mundo, de Julia Rocha, e Solo a Dois, de Alex Soares. Já na quarta-feira será a vez de O Princípio da Incerteza, de Samantha Barros, Corpo Metáfora, do Coletivo O 12, e Sob o Sol de Outono, de Ana Guasque. Todos os seis, por coincidência, são de São Paulo. "Primamos pela diversidade de propostas, que estejam seguindo pesquisas de linguagem, para que no fim de 2009 torne-se possível apresentar um panorama das novas rotas traçadas", declara Helena. O que poderíamos chamar de ?Segundo Passo? vai acontecer nos próximos dias 9 e 10 de junho, com as peças Por um Fio de Lã, de Juan Guimarães, de Pernambuco, Clarão de Lucidez, do grupo Entrês, de São Paulo, e PIP Videodança, da PIP Pesquisa em Dança, do Paraná. Pra não perder o ritmo, muito menos o compasso. Serviço: Sesc Pompeia. 90 min. 12 anos. (358 lug.). R. Clélia, 93, 3871-7700. Amanhã e quarta. 21h. Grátis (Retirar 1 h antes)

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