Assinado por Bryan Adams, Calendário Pirelli celebra indústria musical

Cantor e fotógrafo, conhecido por hits como ‘Heaven’ e ‘Summer of 69’, coloca Cher, Iggy Pop e Grimes no coração da publicação anual

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Foto do author Matheus Mans

On the Road. Na estrada. É essa imagem tão particular e tão potente da indústria musical, de ônibus transportando instrumentos e músicos rodando o mundo, que rege o Calendário Pirelli 2022. De volta após um ano de suspensão por conta da pandemia de covid-19, a publicação fala pela primeira vez, em suas 48 edições, sobre música. Para isso, colocou em destaque nomes conhecidos do setor tanto na frente quanto atrás das lentes das câmeras.

Bryan Adams, canadense que fez carreira nos palcos com sucessos como Heaven, Summer of 69 e Everything I Do, mostra suas habilidades como fotógrafo. É ele o responsável pelo calendário, que também ganha uma música original composta por Adams, e de título homônimo ao do calendário. Dentro do livro, um mergulho na rotina de músicos, desde a celebração com fãs, passando por viagens longas e até o cansaço dessa rotina.

Iggy Pop é um dos nomes fotografados por Bryan Adams no Calendário Pirelli 2022 Foto: Bryan Adams

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Já na frente das câmeras estão nomes como Cher, Iggy Pop, St. Vincent, Jennifer Hudson e Grimes, que posam em lugares icônicos como Sunset Boulevard e o hotel La Scalinatella. Há algumas imagens realmente marcantes no meio do calendário, como Iggy Pop com o corpo pintado com uma cor prateada, ressaltando sua excentricidade tão características e esperada, ou até a própria imagem de capa, de St. Vincent com uma palheta na língua. 

“Obviamente, é uma tremenda honra. Eu realmente não acreditei quando fui chamado para fazer esse trabalho”, conta Bryan Adams, em evento transmitido por videoconferência é conferido pelo Estadão. Toda a apresentação do calendário foi remanejada após Adams ser contaminado pela segunda vez com o novo coronavírus. Ao invés de estar no palco montado para a celebração, ele ficou em um hotel. “Mas logo mais estarei bem”, assegurou.

Música, apesar de tudo

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Chama a atenção o fato de a música, e a rotina de quem trabalha no setor, fazer sua estreia nesta cobiçada e aguardada publicação bem enquanto o mundo atravessa uma pandemia. Paralelamente, como dito, o Calendário Pirelli interrompeu sua publicação no último ano por conta da doença. “Músicos não podiam sair em turnê e também foi algo que fiz muito na vida”, contextualiza Adams sobre a escolha temática do Calendário. “Foi um bom casamento”.

Dentro do calendário, além disso, ele complementa as percepções criadas pelas imagens na estrada, nos palcos, nos estúdios. Há, ali no meio daquele conteúdo, natureza-morta. Composições de cenários que envolvem objetos usados na rotina dos músicos — em agosto, por exemplo, uma guitarra foi abandonada no capô de um carro. Os sentimentos se complementam: artistas excursionando por aí após essa interrupção. 

Rockeiro e fotógrafo Bryan Adams dá sua visão sobre a "estrada" Foto: Bryan Adams

St. Vincent, cantora americana fotografada pelas lentes de Adams e que estampa a capa do álbum, complementou sobre como o Calendário Pirelli traz um olhar importante para a indústria. “Nunca nem imaginei ser capa [do Calendário Pirelli]”, diz ela, conhecida por seu estilo que transita entre o indie e o art rock. “Com o Bryan Adams, há um entendimento entre os músicos. Há mais compreensão e empatia com o outro lado da câmera””.

Celebrando Bryan Adams

Além dos comentários de Adams sobre música, pandemia e fotografia, o canadense também tem o Calendário Pirelli 2022 como uma cereja do bolo em sua carreira. Ele começou a dividir o espaço de sua carreira nos palcos com as câmeras fotográficas já nos idos de 1990, quando começou a clicar músicos, atores e modelos famosos globalmente, como Mick Jagger, Amy Winehouse, Naomi Campbell e outros grandes nomes.

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Rapidamente, Bryan Adams começou a emplacar publicações em títulos do mercado editorial como Vogue e Vanity Fair, além de levar sua revista de arte Zoo para outro patamar dentro do mercado de moda e fotografia. Foi natural o caminho dele até as publicações especiais em formato de livros, como American Women, Exposed, Wounded: The Legacy of War e Homeless -- sempre tratando de temas potentes, com comentários sociais.

Agora, além de assinar o Calendário, ele também carrega na bagagem três indicações ao Oscar, cinco indicações ao Globo de Ouro e um Grammy, além de estar preparando o seu 15º álbum em 2021. E como ele quer que seu calendário seja lembrado daqui 20 anos, no contexto de sua carreira? “Espero que lembrem dessa foto icônica e memorável [da capa]”, comenta Adams, já apresentando cansaço no final do evento. “Se for assim, fico satisfeito”. 

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