Uma casa popular da periferia de Belo Horizonte está na final de um importante concurso de arquitetura internacional. Promovido pelo Archdaily, o principal portal de arquitetura do mundo, o Building of the Year 2023 anunciou nesta quarta-feira, 15, os cinco finalistas de suas 15 categorias. A Casa no Pomar do Cafezal, construída numa estrada de terra, em uma viela íngreme do Aglomerado da Serra, que abriga cerca de 100 mil pessoas, é uma das cinco finalistas da categoria Melhor Casa, e a favorita.
Este é o segundo projeto do coletivo de arquitetos, engenheiros e estudantes chamado Levante, liderado por Fernando Maculan e Joana Magalhães. O objetivo do grupo é elaborar projetos e trazer fornecedores e patrocinadores para a arquitetura de favelas de Belo Horizonte. “O projeto da casa representa um modelo construtivo que utiliza materiais comuns nas favelas, com implantação adequada e atenção à iluminação e ventilação, resultando em um espaço com grande qualidade ambiental”, diz o projeto.
Único concorrente com impacto social, o projeto disputa o título com uma casa de vidro, perto de Berlim, idealizada para uma família pequena que recebe muitos convidados; com uma casa-abrigo, construída por um casal de vietnamitas pensando na aposentadoria; com uma casa em uma vila residencial numa área de clima desértico na Índia; e com uma casa em terracota construída para uma família no México.
Os finalistas foram escolhidos por votação - que está aberta novamente, para a definição dos vencedores, até o dia 23 de fevereiro.
A casa ocupa uma área de 66 m² e é dividida em dois níveis - e a estrutura ajuda a dar sustentação a outras casas. Ela foi construída com os materiais usados habitualmente na construção das casas em comunidades. O valor também é semelhante. A diferença está na forma como esses materiais foram usados, garantindo um melhor ambiente.
Os vencedores serão conhecidos no dia 23 de fevereiro.
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