As compras online de obras de arte no mundo registraram um 'boom' em 2020, de acordo com um estudo publicado na quinta-feira, 29, que argumenta que o fenômeno pode ser apenas temporário devido à relutância de muitos compradores. No total, 82% dos novos colecionadores de arte compraram online durante o primeiro ano da pandemia, contra 36% em 2019, de acordo com o relatório da seguradora Hiscox. Os leilões online das três principais casas de leilão do mundo, Christie's, Sotheby's e Phillips, ultrapassaram US $ 1 bilhão (+ 524% ao ano). Será "um boom ou uma bolha"?, perguntaram-se os autores do estudo realizado pela empresa londrina ArtTactic for Hiscox, com dados de 70 plataformas e clientes de todos os continentes.
Afinal, muitos colecionadores expressam relutância em comprar arte online, principalmente pela impossibilidade de examinar fisicamente a obra para verificar seu estado e qualidade. Eles também têm medo de serem enganados com reproduções. Segundo a Hiscox, 62% dos novos compradores de arte seriam mais favoráveis à compra online se conhecessem a opinião de outros clientes e pudessem falar com um consultor, mas menos da metade das plataformas consultadas oferece esses serviços. Além disso, embora a maioria dos sites já utilize tecnologias de alta resolução e 'zooms', ainda são poucos os que oferecem experiências de realidade aumentada, o que seria decisivo para os clientes, segundo o estudo. A capacidade de colocar uma obra no seguro no momento da compra também aumentaria a confiança. Por fim, 57% dos clientes em potencial temem que seu cartão de crédito seja hackeado, enquanto a metade teme que suas contas sejam interceptadas ou seus dados pessoais roubados.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.