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Conheça as expressões arquitetônicas dos continentes Africano, Asiático e Antártico

Em uma viagem pela essência cultural e estética dos continentes, descubra como a arquitetura reflete a diversidade cultural, geográfica e histórica

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Por Beatriz Nogueira

A arquitetura de cada continente é testemunha viva da interação entre cultura, clima, geografia e história. Ela nos mostra como as sociedades pensam e se transformam ao longo do tempo, mantendo uma função social e estética que registra, de forma fidedigna, a essência de cada região.

Projetos de Kéré Architecture (África) Kengo Kuma (Ásia) e Estudio 41 (Antártida). Foto: Reprodução/@kerearchitecture/@kkaa_official/@estudio41

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Segundo Richard Lins, mestre em arquitetura e urbanismo, doutor e professor do Centro Universitário UniDomBosco, compreender essas variações é fundamental para apreciar como a arquitetura registra o tempo e as transformações sociais. “A arquitetura é acrítica. Diferente das outras artes ela não vem para pensar em um mundo diferente, ela precisa ter função, isso também do ponto de vista estético, representando o seu tempo de uma maneira muito fidedigna, se tornando um vestígio arqueológico muito interessante, que vai dizer como aquela sociedade pensava”.

Os três continentes escolhidos refletem o impacto desses pilares na construção de suas características arquitetônicas. Confira:

África: modernismo regionalista e técnicas tradicionais

Em 2022, Francis Kéré se tornou o primeiro homem negro a vencer o renomado Prêmio Pritzker, um reconhecimento da importância da arquitetura africana que trabalha com os recursos locais de maneira única. Francis é um grande representante da arquitetura africana, e seu trabalho, bem com os recursos usados, exprimem seu contexto cultural, geográfico e climático, se utilizando de recursos específicos para atender a necessidades arquitetônicas específicas.

“A arquitetura africana utiliza, principalmente, taipas de pilão, barro e, em alguns casos, o concreto armado, que neste último caso reflete um modernismo mais regionalista que incorpora pinturas africanas,” destaca Lins. “Obviamente, esse não é o estilo modernismo internacionalista, de Nova York, e nem a brasileira com Niemeyer, mas sim uma arquitetura modernista com representações culturais geográficas aliada a técnicas modernas”, completa.

Ásia: tradição e modernidade na arquitetura japonesa

A arquitetura japonesa é um exemplo de como a tradição pode se aliar à modernidade. “Os japoneses são mestres da madeira e, culturalmente, a cada 10 anos, reconstroem seus templos usando técnicas tradicionais,” explica o doutor. Lins ainda ressalta a diferente visão do que é preservação para a cultura oriental, aqui expressada pelo Japão: “Para eles, conservar não é não fazer nada, mas conservar a técnica de construção. Então, a cultura é mantida pela manutenção da técnica construtiva e a estética é um resultado disso”.

Lins destaca os arquitetos Kengo Kuma e Toyo Ito, e afirma que os designs japoneses sempre se sobressaem em premiações, e a justificativa para tal mérito, segundo o especialista, está no saber alinhar a técnica tradicional com a contemporânea de forma exemplar.

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Antártida: funcionalidade em condições extremas

A arquitetura busca funcionalidade na beleza, mas no continente Antártico ela tem caráter circunstancial. É mais importante que as construções consigam enfrentar condições climáticas severas, com as baixas temperaturas, do que esteticamente agradáveis.

Outro detalhe importante está no fato de que não há uma cultura local, as baixas temperaturas tornam este um local sem nativos, seus moradores são todos pesquisadores de outras nacionalidades, logo, não há um estilo de arquitetura próprio.

Até que, em 2020, a empresa de arquitetura brasileira Estúdio 41 construiu um projeto que, hoje, abriga laboratórios, equipes e material de suporte operacional, além de alojamentos - e podem se passar por museus de arte ou hotéis boutique”, como conta o repórter John Gendall, em sua matéria para o Estadão sobre a inauguração de uma nova estação de pesquisas.

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