Um tribunal de Berlim decidiu em favor dos herdeiros da monarquia da Prússia nesta quinta-feira, 18, em uma disputa com um historiador, na última reviravolta em uma disputa legal por indenização por tesouros levados da dinastia Hohenzollern após a Segunda Guerra Mundial.
A família, que governou a Alemanha até que o kaiser Guilherme II abdicou em 1918, demandava o retorno de milhares de quadros, esculturas e livros do Estado alemão, assim como indenização pela expropriação de propriedades pela União Soviética, cujas forças ocuparam o leste da Alemanha.
A questão da relação dos Hohenzollerns com Hitler é central para as reivindicações da família. De acordo com a lei alemã, a indenização só é possível se o requerente não auxiliou de maneira significativa a ascensão dos nazistas ao poder.
Alguns historiadores argumentam que a atuação da família Hohenzollern foi insignificante. Outros dizem que as aparições ao lado de Hitler e seus aliados, incluindo em uma famosa foto de Hitler com o príncipe herdeiro Guilherme, filho mais velho de Guilherme II, em Potsdam em 1933, foi útil para os nazistas e simbólico.
A família diz em seu website que dois relatórios que encomendou concluíram que a família não providenciou assistência significativa ao regime nazista. A ex-família real diz que isso apoia o pedido de indenização, mas também reconhece que outros relatos chegam a conclusões diferentes.
Como parte de uma disputa de 7 anos com os Estados de Berlim e Brandemburgo e com o governo federal, Georg Friedrich Ferdinand, príncipe da Prússia, o tataraneto de Guilherme II, processou dezenas de historiadores e jornalistas.
O tribunal regional de Berlim manteve uma determinação preliminar em uma disputa feita pelo historiador Winfried Suesse em 2019 como parte de um debate sobre possíveis planos para um museu Hohenzollern nos quais artefatos devolvidos seriam exibidos.
Críticos dizem que a decisão pode levar a interpretações revisionistas da história.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.