Quarto ‘secreto’ que Michelangelo usou para se esconder de papa será aberto ao público com esboços

Acredita-se que pintor viveu por dois meses no local em 1530 para evitar a fúria de Clemente VII

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Por AFP
Atualização:

AFP - Pela primeira vez, o público poderá contemplar esboços do expoente da segunda fase do Renascimento Michelangelo, distribuídos nas paredes de um porão onde o pintor se escondia de um papa enfurecido em Florença, na Itália.

Os esboços feitos em carvão cobrem as paredes de uma antiga indústria localizada nas profundezas das Capelas dos Médici, que será aberta ao público no dia 15 de novembro.

'Quarto secreto' de Michelangelo será aberto ao público a partir de 15 de novembro de 2023 Foto: Francesco Fanfani via AP, HO

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Este espaço de dez por três metros, conhecido como “quarto secreto” de Michelangelo, foi utilizado para armazenar carvão até 1955. Posteriormente, ficou “sem uso, fechado e esquecido por décadas atrás de um alçapão coberto por armários e móveis”, antes de ser redescoberto em 1975, informou o Museu das Capelas dos Médici em um comunicado.

O historiador da arte Paolo Dal Poggetto, ex-diretor da instituição, atribuiu muitos dos desenhos encontrados a Michelangelo, conhecido por sua estátua de David e os afrescos da Capela Sistina do Vaticano.

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Dal Poggetto acreditava que o pintor italiano se escondeu do papa Clemente VII neste local por dois meses em 1530 porque o pontífice, membro da família Medici, estava “furioso” com ele.

O artista havia sido supervisor das fortificações da cidade durante o breve governo republicano (1527-1530), durante o qual os Médici foram expulsos de Florença.

“Os desenhos, que ainda estão sendo estudados por críticos de arte, foram feitos durante o período de ‘autoconfinamento’ do artista, que utilizava as paredes do pequeno quarto para ‘esboçar’ alguns de seus projetos”, explicou o museu.

A conservadora Francesca de Luca afirmou que o espaço era “verdadeiramente único por seu excepcional potencial evocativo”.

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“Suas paredes parecem estar cheios de numerosos esboços de figuras, muitas delas do tamanho de monumentos”, afirmou o comunicado.

“Estão acompanhadas de estudos, que variam entre análises profundas e superficiais, captando detalhes do corpo, traços faciais e poses inusitadas”, acrescentou.

A partir de 15 de novembro será permitida a entrada de pequenos grupos de no máximo quatro pessoas, com intervalos entre cada visita para limitar o tempo de exposição dos desenhos à luz LED.

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