Regina Duarte diz ter sofrido ‘rejeição’ na arte após envolvimento na política: ‘Fiquei no limbo’

‘Maior aprendizado foi ter chegado mais perto do sentimento de paranoia’, comentou atriz ao avaliar passagem pelo governo Bolsonaro

PUBLICIDADE

Foto do author Sabrina Legramandi

A atriz Regina Duarte disse ter sofrido uma “rejeição” no mundo da arte após a passagem pelo governo de Jair Messias Bolsonaro (PL). Em 2020, a artista aceitou o convite para assumir a Secretaria Especial de Cultura, pasta que substituiu o Ministério da Cultura durante o mandato do ex-presidente.

Ela revelou que tentou retornar ao teatro em 2022, mas não teve seus textos aprovados por autores. “Não quiseram se envolver comigo por suas razões, que eu entendo perfeitamente. Então fiquei assim, meio no limbo, o ano passado todo. E, no início deste ano, um anjo jogou umas folhas em mim”, comentou Regina em entrevista ao UOL.

Regina Duarte diz ter sofrido 'rejeição' da classe artística após envolvimento com governo de Jair Messias Bolsonaro. Foto: Dida Sampaio/ESTADÃO

PUBLICIDADE

A atriz, que encerrou seu contrato com a Rede Globo em 2020 para se envolver com a política, agora se arrisca em uma nova profissão como artista plástica. Na semana passada, ela abriu a exposição A Natureza e Eu, em São Paulo, resultado de pesquisas de Regina com a arte botânica.

A artista admitiu que não se considerava preparada para o cargo no governo Bolsonaro, mas avaliou o convite como “irresistível”. Ela exerceu a função por três meses até ser exonerada. Após, o ex-presidente anunciou que Regina assumiria o comando da Cinemateca Brasileira, o que jamais aconteceu.

Publicidade

“Hoje, acho que o meu maior aprendizado foi ter chegado mais perto do sentimento da paranoia. Foi assustador, mas me ajudou a crescer”, disse a atriz ao comentar seu envolvimento com a política. Ela também considera ter sido “defenestrada” durante o período.

Sobre a reação da família ao aceitar o cargo, a artista afirmou que a escolha “nunca foi tranquila para ninguém”. “As pessoas sabiam que era perigoso ir para Brasília. Ninguém aceitou”, contou.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.