Auditório do Ibirapuera é inaugurado

Obra polêmica, que completa projeto original de Oscar Niemeyer, foi entregue hoje, sem redução da marquise pedida pelo arquiteto

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Por Agencia Estado
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O Auditório do Ibirapuera, cuja construção gerou inúmeras queixas, foi inaugurado na manhã de hoje. Para o arquiteto Oscar Niemeyer, criador do projeto do parque e do auditório, o resultado não foi como ele sempre sonhou, há 52 anos. "Uma burrice fantástica. Será a única praça do mundo dividida em duas", reclamou Niemeyer, para quem a marquise deve ser reformulada. "O resto está bom. Demorou, mas está bem construído. Só a praça é que está dividida." Como castigo, ele hoje não virá a São Paulo. "Disse que não ia enquanto não cortassem a marquise." Apesar das queixas, o auditório impressiona. Triangular, combina com a cúpula do prédio vizinho - a Oca - e tem palco de 28 metros de altura e 50 de frente. Com 800 lugares, a platéia foi pensada de tal forma que as pessoas que estiverem na última fileira - a 15.ª - ficarão a 22 metros do palco, sem coluna atrapalhando. Nos fundos do palco, uma porta guilhotina que, levantada, possibilitará a quem estiver fora, na grama, ver os espetáculos. O auditório já estava previsto no projeto original do parque, criado para comemorar o 4.º Centenário de São Paulo, em 1954. Mas não havia sido construído por falta de recursos. Neste ano, celebração do 450.º aniversário da cidade, o projeto foi resgatado e a TIM do Brasil investiu R$ 25 milhões na construção. O escritório de Niemeyer acompanhou o desenvolvimento das obras e, em agosto, ele veio vê-las de perto. Na época, já reclamou da marquise, que é tombada. O secretário do Verde e Meio Ambiente, Adriano Diogo, dá razão a Niemeyer, mas conta que a Prefeitura se empenhou ao máximo para que o formato da marquise fosse revisto. A culpa, diz, foi do Conpresp e do Condephaat, que não se pronunciaram em tempo hábil. "É um absurdo isso, porque o autor está vivo e apresentou duas propostas maravilhosas. Mas acho uma pena ele não vir." A polêmica da obra chegou até o Tribunal de Justiça. Como o parque é tombado, houve resistência de órgãos de defesa do patrimônio e promotores. Só em dezembro de 2003 um grupo de desembargadores liberou a construção. Com o teatro, será o fim também dos shows na Praça da Paz

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