Os sorrisos amarelos do ex-casal Marta e Eduardo Suplicy, as 40 milhões de ligações recebidas pelo SBT, a torcida discreta dos ex-moradores da Casa pela saída de Alexandre Frota e um empurra-empurra promovido por uma equipe (despreparada) de 50 seguranças e policiais militares armados, com medo de 250 adolescentes, fãs de Supla. Estas foram algumas cenas que as câmeras onipresentes de Casa dos Artistas não captaram durante as quatro horas da transmissão do último capítulo, no domingo. A festa do SBT começou com a chegada dos convidados, todos emperiquitados dentro de carrões com vidro fumê, recepcionados por seguranças e canhões de luzes coloridas. Pareciam candidatos ao Oscar, mas faltou o tapete vermelho e, principalmente, acenos para a multidão. Exceção de Eduardo Suplicy, senador petista, pai de Supla. Marta Suplicy, a prefeita e mãe de Supla, obedeceu ao silêncio imposto pelos produtores do SBT. Não falou do filho, muito menos de política. O ex-casal trocou cumprimentos cordiais e sorrisos amarelos. Ali, ambos eram apenas pai e mãe de Eduardinho. Enquanto Marta limitava-se a uma postura coloquial, Suplicy, bem mais afável, empolgava-se em apertos de mãos esfuziantes com produção, elenco e familiares. O senador também foi o promotor da visita de Supla à platéia na porta da casa do Morumbi. "Filho, tem um monte de gente que torceu por você lá fora", falou o pai. "Pô, meu, vou dar um rolê e falar com a galera", disse o roqueiro, após sua eliminação, sem ter noção de que agora havia conquistado o posto de celebridade nacional. Flashes, gritos e confusão. Marta entrou rapidamente na casa e Suplicy ainda ficou por ali, com o vilão de Supla, pedindo calma. Bem antes da confusão, às 22h, embaixo de um toldo verde especialmente armado nos jardins da casa para a festa, com a televisão devidamente sintonizada no SBT, mesa com petiscos e champanhe de grife, os sete ex-vizinhos de Silvio Santos, expulsos da Casa nos domingos anteriores, faziam seu último conchavo. "Meu, o Frota não pode ganhar de jeito nenhum. Depois de tudo o que ele aprontou, só faltava essa", afirmava o dublê de ator, modelo e agora cantor Marco Mastronelli. Mais discretas, Nana Gouvêa, Taiguara e Núbia Ólive concordavam com acenos e champanhe na mão. Momentos mais tarde, brinde: Frota foi eliminado. Truque - Minutos depois, o pitboy inaugurava o truque que enganou os telespectadores e os concorrentes da Casa. Cada eliminado de domingo entrava em um carro, acompanhado das câmeras. Um corte para uma tomada aérea. Então o concorrente saía do automóvel e entrava na festinha dentro do toldo verde. Do lado de fora, um outro veículo dava a volta no quarteirão. Indiferente a tudo, Vavá, o noivo pagodeiro, revelou-se a versão masculina de Mari Alexandre no quesito lágrimas. Assim que chegou, o rapaz grudou na televisão e pôs-se a chorar. Nas três vezes em que a moça quase saiu da casa, ele cerrava os olhos e as mãos com força, como se estivesse rezando. Quando Mari finalmente saiu do confinamento para a festa, uma nova cena digna dos filmes românticos e, como diria Silvio Santos, mais "12 litros de lágrimas" foram derramados. Os convidados começaram a deixar a festa logo depois do encerramento do programa, às 24h16. Em uma operação um tanto complicada, que acabou fechando a rua. Coincidentemente, os vizinhos encrenqueiros que denunciaram a Casa dos Artistas à Administração Regional estavam viajando. Nos bastidores, comentava-se que Silvio Santos teria dado generosa compensação pelo transtorno. Convocados pelo SBT, policiais militares armados fizeram as vezes de seguranças particulares, brigando com o público postado nas imediações da casa do Morumbi.
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